No dia 26 de julho a Igreja celebra o Dia dos Avós, em
homenagem a Sant’Ana e São Joaquim, pais de Nossa Senhora. A história deles foi
marcada por muito amor à família e o desejo de ter muitos filhos. Conta a
tradição que Joaquim e Ana demoraram muitos anos para terem um filho e que a
oração do casal comoveu a Deus.
Por isso, Ana recebeu a visita de um anjo, dizendo que Deus
atenderia o seu grande desejo de ser mãe e que o bebê seria uma menina muito
abençoada por Deus. Ela ficou grávida de Maria. Sua filha foi escolhida para
dar a luz a Jesus e, assim, Ana e Joaquim tiveram a honra de não apenas serem
pais de Maria, mas também serem avós de Jesus, nosso Salvador.
O papel dos avós na família é muito mais do que apenas dar mimos
aos netos. Muitas vezes são os avós que são o suporte financeiro e afetivo aos
pais e aos filhos. Em muitas famílias estão ao lado ou até mesmo à frente da
educação de seus netos, com a certeza e confiança de estarem vivenciando essa
realidade, com um sentimento maravilhoso na continuidade das gerações.
Os avós sempre foram vistos dentro da família como exemplos
para filhos e netos. Na cultura oriental, o ancião tem um valor inestimável.
O Papa João Paulo II, em sua “Carta aos anciãos”, escrita em
o utubro d e 1 999, a
firmou: “Os anciãos ajudam a contemplar os acontecimentos terrenos com mais
sabedoria, porque as vicissitudes os tornaram mais experimentados e
amadurecidos. Eles são guardiões da memória coletiva e, por isso, intérpretes
privilegiados daquele conjunto de ideais e valores humanos que mantêm e guiam a
convivência social. Excluí-los é como rejeitar o passado, quando penetram as
raízes do presente, em nome de uma modernidade sem memória. Os anciãos, graças
à sua experiência amadurecida, são capazes de propor aos jovens conselhos e
ensinamentos preciosos.”
Infelizmente, na cultura ocidental foi se perdendo essa
admiração e respeito ao longo do tempo, fazendo com que os próprios netos
fossem deixando de lado o costume de fazer aquela visita de final de semana à
casa dos avós, de manter uma conversa que faz os olhos deles se encher de
brilho e alegria, ou um passeio feito para passar o tempo e dar risadas.
João Paulo II afirmou na “Carta aos Anciãos” que essa
desvalorização do ancião se dá devido “a uma mentalidade que põe em primeiro
lugar a utilidade imediata e a produtividade do homem. Por causa desta
atitude, a assim chamada terceira ou quarta idade é frequentemente desprezada,
e os mesmos anciãos são levados a perguntar-se se a sua vida ainda tem
utilidade”.
À comunidade cristã, João Paulo II, em sua carta, lançou um
desafio: “Por que não continuar a tributar ao ancião aquele respeito que nas
sadias tradições de muitas culturas em cada continente retêm um valor?” Neste
espírito, o “Testemunho de Fé” faz uma sugestão aos netos: no Dia dos Avós,
agradeçam a Deus por seus avôs e por suas avós, ligue para eles, façam uma
visita, abracem, deem muitos beijos e vivam cada instante que estiverem com
eles com a legria. Mas se porventura os seus avós já estiverem junto a Deus,
rezem pelas suas memórias e lembrem-se dos momentos bons que viveram, guardando
no coração este sentimento.
Os avós Adriano e Marta, da paróquia Imaculada Conceição e
São Sebastião, no Engenho de Dentro, aconselham os vovós e vovôs a se
divertirem com seus netos, afinal este é o dia de vocês. Se faz tempo que não
se encontram, aproveitem para matar saudades, pois cada neto é um presente de
Deus, assim como Jesus foi para Sant’Ana e São Joaquim.
“Vovó é duas vezes mãe, duas vezes carinho, duas vezes amor
e duas vezes compreensão”, disse Marta.
Feliz Dia dos Avós!
JULIENE FREITAS E ANDRÉIA GRIPP
FOTO: ARQUIVO PESSOAL