“Hoje é dia de celebrar a esperança na vida eterna”, disse
o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, que presidiu a Missa de Sétimo Dia
do arcebispo emérito do Rio, Cardeal Dom Eugenio de Araujo Sales, no dia 14 de
julho, na Capela das Almas, na Cripta da Catedral de São Sebastião do Rio de
Janeiro, onde o corpo de Dom Eugenio foi sepultado, em 11 de julho.
“Reconhecemos tudo o que Dom Eugenio fez, sua vida, seu
trabalho pela Igreja e pela sociedade, e acreditamos que ele está junto de
Deus”, afirmou Dom Orani.
A Sagrada Eucaristia foi concelebrada pelo irmão de Dom
Eugenio, o arcebispo emérito de Natal, Dom Heitor de Araujo Sales, pelo bispo
de Nova Friburgo, Dom Edney Gouvêa Mattoso, pelos bispos auxiliares e eméritos
da Arquidiocese do Rio, além dos vigários episcopais e sacerdotes presentes.
“Um grande brasileiro que consagrou sua vida a Deus, que
deu uma grande contribuição à Igreja e ao Brasil”. Assim o bispo emérito do
Rio, Dom Karl Josef Romer, definiu a pessoa de Dom Eugenio, e ressaltou que o
cardeal trabalhou pelos mais pobres e oprimidos.
“A inspiração de Dom Eugênio não era política ou partidária,
era cristã, Jesus Cristo que morreu por todos nós, e humana, porque na face de
cada pessoa ele via resplandecer algo da beleza e dignidade de Deus. Esse foi o
motivo da sua luta”, disse Dom Romer.
“Hoje é um dia de fé, a fé que traz a alegria verdadeira,
aquela que não diminui porque já é eterna e infinita, a alegria do céu, que é a
alegria de Dom Eugenio. Apesar da tristeza pela falta dele, nós nos alegramos
com a alegria definitiva que ele tem no céu junto com Deus. A melhor recordação
que tenho dele é a sua fidelidade a Deus em todas as coisas”, disse Dom Heitor.
No final da missa, Dom Orani agradeceu por todas as
manifestações de solidariedade expressadas pelo falecimento de Dom Eugenio, no
dia 9 de julho. O arcebispo destacou as diversas homenagens prestadas ao
cardeal, através da presença de autoridades religiosas, civis e militares, por
integrantes do clero e fiéis religiosos e leigos, nas celebrações realizadas.
“Dom Eugenio foi um desses homens que passam pelo mundo,
deixam um rastro luminoso de presença atuante, de amor à Igreja, fidelidade ao
Santo Padre e incansável trabalho pela evangelização, manifestando amor ao
próximo sempre nas suas iniciativas no campo social. Dom Eugenio ainda será
descoberto pela história do nosso Rio de Janeiro e também por todos os lugares
por onde ele já passou”, afirmou Dom Edney.
A religiosa da Ordem de Nossa Senhora do Bom Pastor, irmã
Maria do Rosário de Fátima, afirmou que o cardeal viveu intensamente sua
vocação. “Dom Eugenio foi um pai para todos nós. Ele acolhia a todos. Eu sou
muito grata a Dom Eugenio. Ele foi fiel a Jesus e não tinha medo de falar a
verdade, sobre o aborto e as injustiças. Ele deixará muitas saudades, mas a
semente que ele lançou na terra já está brotando”, disse.
CLÁUDIA BRITO
FOTO: GUSTAVO DE OLIVEIRA