sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Servidores do altar



Coroinha, acólito, servidor do altar. São vários os nomes, mas a função é só uma: servir o altar. Os meninos e meninas que ajudam os clérigos durante as celebra­ções litúrgicas comemoram no dia 15 de agosto o dia de seu pa­droeiro, São Tarcísio, e as­sim também o Dia dos Coroi­nhas.
São Tarcísio foi coroinha na Igreja de Roma por volta do ter­ceiro século e serviu ao altar, acompanhando o Papa Sisto II nas celebrações eucarísticas. Ele esteve disposto a servir a Igreja por Jesus Cristo até o final de sua vida, quando foi apedrejado por alguns rapazes até morrer (leia mais sobre a vida do santo no box). Hoje, os coroinhas seguem o exemplo de vida de São Tarcísio.
De uma forma geral, conforme retratam as imagens na entrada da Igreja da Ressurreição no Arpoador (fotos), usam túnica vermelha com so­brepeliz branca (veste oficial). Nas missas, pos­suem funções litúrgicas. Entre elas, estão as funções de turiferário, librífe­ro, cruciferário e cerimoniário. Turiferário é o nome atribuído ao coroinha que manuseia o turíbulo, utilizado para a incensação duran­te celebrações solenes; librífero é aquele que leva o Missal Romano, livro que contém a Liturgia das missas; cruciferário é quem “por­ta” a Cruz celebrativa, levando-a até o altar durante a procissão de entrada e retirando-a na saída; e cerimoniário é o coroinha que auxilia o padre a ler as orações no Missal e que é o responsável para que tudo esteja organizado na missa.

CELEIRO DE VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS
No exercício desse ser­viço nas missas, alguns coroinhas sentem-se chamados por Deus a seguir a vocação sacerdotal ou re­ligiosa. Segundo o responsável pelos coroinhas do Vicariato Le­opoldina, padre Klepler Magalhães, muitas vocações brotam de jovens que começam ini­cialmente ajudando os sacerdotes e, com o testemunho desses sacerdotes e tudo o que eles vivenciam no serviço a Deus, também se sentem chamados ao sacerdócio.
“Desde pequenos, os coroinhas tem esse amor a Deus, à Eucaristia e à Igreja. Estando nesse grupo, o pa­dre tem como acompanhar mais de perto e fazer com que eles, caminhando nas etapas, sobretudo as mais difíceis da juventude, cres­çam numa maturidade de fé”, destacou.
A coordenadora do grupo de coroinhas da Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, Eliane Gomes, disse que estes anos em que está auxiliando os coroinhas foram de muito aprendizado, sendo também uma grande responsabilidade e desafio.
“Foi uma responsabilidade porque o grupo de coroinhas é um celeiro de vocações sa­cerdotais e religiosas e um desafio porque o grupo é formado por crianças e adolescen­tes de 5 a 18 anos, e sem­pre me per­guntei como mostrar a essas crianças e adolescentes o caminho para o Reino dos Céus”, destacou.
Para se informar como fazer parte do grupo dos coroinhas, os jovens podem procurar o pároco da paróquia que frequentam.

RENATO FRANCISCO
FOTOS: CARLOS MOIOLI

Vida de São Tarcísio
Mártir da Igreja dos primeiros séculos, São Tarcísio, como um dos integrantes da comunidade cristã romana, foi vítima da per­seguição do imperador Valeriano, em Roma, Itália.
São Tarcísio era acólito do Papa Sisto II, acompanhando-o na celebração eucarística.
Durante o período das perse­guições, os cristãos eram presos, processados e condenados a morrer pelo martírio e, nas pri­sões, desejavam receber o con­forto final da Eucaristia. Mas era impossível entrar. O Papa Sisto II queria levar a hóstia consagrada a mais um grupo de mártires que esperavam a execução e São Tarcísio pediu ao Santo Padre que o deixasse tentar. Ele tinha 12 anos. Comovido, o Papa Sisto II abençoou-o e deu-lhe uma cai­xinha com as hóstias. Mas, São Tarcísio não conseguiu chegar à cadeia, sendo identificado no caminho, e, como se recusou a dizer e entregar o que portava, foi apedrejado até morrer.
Depois de morto, foi revistado e nada acharam do sacramento de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que o levou às catacum­bas, onde foi sepultado.

FONTE: PAULINAS