sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Opção pelo bem



A implantação do ensino religioso plural, confessional e facultativo nas escolas pú­blicas ganha adeptos sempre que se esclarece o sentido e o valor dessa disciplina. Assim como um pai escolhe um colégio particular de uma de­terminada confissão religiosa para seu filho, é preciso que, na rede pública, os responsáveis também possam escolher o en­sino religioso que seus filhos terão. É obrigatório que a disciplina de ensino religioso seja oferecida pelas escolas públicas da rede municipal e da rede estadual de ensino, mas a matrícula deve ser feita de forma facultativa.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc), a opção por um determinado credo é feita pelo responsável, quando o aluno for menor de 16 anos, ou pelo próprio, após esta idade, sempre no ato da matrícula.
Atualmente, a disciplina está presente do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Os professores são selecionados por concurso público e credenciados por suas respectivas instituições religiosas. Estão credenciados os credos: católico, evangélico, judaico, mórmon, espírita, umbandista e messiânico. At ua lmente, cerca de 600 professores ministram aulas nas escolas da rede estadual.
Para o diretor do Depar­tamento Arquidiocesano de Ensino Religioso, padre Paulo Romão, o ensino religioso não pode ser ministrado de forma genérica, apenas como fenô­meno religioso, mas precisa ser confessional, porque ninguém é neutro e todos nascem den­tro de uma identidade; e plural porque valoriza a identidade do aluno e o direito dos pais de decidirem que o ensino religioso de seus filhos seja transmitido por um professor do mesmo credo, e que acre­dite no conteúdo ministrado.
“Estado laico é aquele que não tem uma religião especí­fica, mas que de forma demo­crática apoia e valoriza todas as manifestações religiosas. O ensino religioso confessional e plural favorece uma formação integral do ser humano e, por­tanto, deve ser apoiado e incen­tivado pelo Estado, que existe e deve trabalhar em função do cidadão”, disse padre Paulo.
O diretor geral das Edições CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), padre Valdeir Goulart, responsável pelo Projeto “Anjinhos do Bra­sil”, acredita que é importante pais e responsáveis poderem optar por um ensino religioso para seus filhos na escola, onde eles ingressam cada vez mais cedo e passam grande parte do tempo de suas vidas.
“Hoje em dia, em muitos casos, quem forma e passa prin­cípios para as crianças já não é mais o pai, a mãe ou os avós, porque estão trabalhando; quem passa esse ensino é a pro­fessora, aquela que acompanha a criança desde cedo”, alertou.
O sacerdote acredita que é importante investir em ma­terial educacional que venha ao encontro do que os pais consideram adequado. “O que é bom para um jovem é ele ter princípios, valores, conhecer a Sagrada Escritura, ser uma boa pessoa. Porque o que nós queremos é um mundo melhor, que começa a ser formado com uma boa educação”, ressaltou.

CLÁUDIA BRITO
FOTO: SXC.HU