sexta-feira, 27 de julho de 2012

Vovôs e vovós: memória viva da família e da sociedade



No dia 26 de julho a Igreja celebra o Dia dos Avós, em homenagem a Sant’Ana e São Joaquim, pais de Nossa Senhora. A história deles foi marcada por muito amor à família e o desejo de ter muitos filhos. Conta a tradição que Joaquim e Ana demoraram muitos anos para terem um filho e que a oração do casal comoveu a Deus.
Por isso, Ana recebeu a visita de um anjo, dizendo que Deus atenderia o seu grande desejo de ser mãe e que o bebê seria uma menina muito abençoada por Deus. Ela ficou grávida de Maria. Sua filha foi escolhida para dar a luz a Jesus e, assim, Ana e Joaquim tiveram a honra de não apenas serem pais de Maria, mas também serem avós de Jesus, nosso Salvador.
O papel dos avós na família é muito mais do que apenas dar mimos aos netos. Muitas vezes são os avós que são o suporte fi­nanceiro e afetivo aos pais e aos filhos. Em muitas famílias estão ao lado ou até mesmo à frente da educação de seus netos, com a certeza e confiança de estarem vivenciando essa realidade, com um sentimento maravilhoso na continuidade das gerações.
Os avós sempre foram vistos dentro da família como exem­plos para filhos e netos. Na cultura oriental, o ancião tem um valor inestimável.
O Papa João Paulo II, em sua “Carta aos anciãos”, escrita em o utubro d e 1 999, a firmou: “Os anciãos ajudam a contem­plar os acontecimentos terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes os tornaram mais experimentados e amadurecidos. Eles são guardiões da memória coletiva e, por isso, intérpretes privilegiados daquele conjunto de ideais e valores humanos que mantêm e guiam a convivência social. Excluí-los é como rejeitar o passado, quando penetram as raízes do presente, em nome de uma modernidade sem memória. Os anciãos, graças à sua experi­ência amadurecida, são capazes de propor aos jovens conselhos e ensinamentos preciosos.”
Infelizmente, na cultura oci­dental foi se perdendo essa admi­ração e respeito ao longo do tem­po, fazendo com que os próprios netos fossem deixando de lado o costume de fazer aquela visita de final de semana à casa dos avós, de manter uma conversa que faz os olhos deles se encher de brilho e alegria, ou um passeio feito para passar o tempo e dar risadas.
João Paulo II afirmou na “Carta aos Anciãos” que essa desvalorização do ancião se dá devido “a uma mentalidade que põe em primeiro lugar a utilida­de imediata e a produtividade do homem. Por causa desta atitude, a assim chamada terceira ou quarta idade é frequentemente desprezada, e os mesmos anciãos são levados a perguntar-se se a sua vida ainda tem utilidade”.
À comunidade cristã, João Paulo II, em sua carta, lançou um desafio: “Por que não conti­nuar a tributar ao ancião aquele respeito que nas sadias tradições de muitas culturas em cada con­tinente retêm um valor?” Neste espírito, o “Testemunho de Fé” faz uma sugestão aos netos: no Dia dos Avós, agradeçam a Deus por seus avôs e por suas avós, ligue para eles, façam uma visita, abracem, deem muitos beijos e vivam cada instante que estiverem com eles com a legria. Mas se porventura os seus avós já estiverem junto a Deus, rezem pelas suas memórias e lembrem-se dos momentos bons que viveram, guardando no cora­ção este sentimento.
Os avós Adriano e Marta, da paróquia Imaculada Conceição e São Sebastião, no Engenho de Dentro, aconselham os vovós e vovôs a se divertirem com seus ne­tos, afinal este é o dia de vocês. Se faz tempo que não se encontram, aproveitem para matar saudades, pois cada neto é um presente de Deus, assim como Jesus foi para Sant’Ana e São Joaquim.
“Vovó é duas vezes mãe, duas vezes carinho, duas vezes amor e duas vezes compreensão”, disse Marta.
Feliz Dia dos Avós!

JULIENE FREITAS E ANDRÉIA GRIPP
FOTO: ARQUIVO PESSOAL