sexta-feira, 27 de julho de 2012

“Ele está junto de Deus”



“Hoje é dia de celebrar a esperan­ça na vida eterna”, disse o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, que presidiu a Missa de Sétimo Dia do arcebispo emérito do Rio, Cardeal Dom Eugenio de Araujo Sales, no dia 14 de julho, na Capela das Almas, na Cripta da Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde o corpo de Dom Eugenio foi sepultado, em 11 de julho.
“Reconhecemos tudo o que Dom Eugenio fez, sua vida, seu trabalho pela Igreja e pela sociedade, e acre­ditamos que ele está junto de Deus”, afirmou Dom Orani.
A Sagrada Eucaristia foi concele­brada pelo irmão de Dom Eugenio, o arcebispo emérito de Natal, Dom Hei­tor de Araujo Sales, pelo bispo de Nova Friburgo, Dom Edney Gouvêa Mattoso, pelos bispos auxiliares e eméritos da Arquidiocese do Rio, além dos vigários episcopais e sacerdotes presentes.
“Um grande brasileiro que con­sagrou sua vida a Deus, que deu uma grande contribuição à Igreja e ao Brasil”. Assim o bispo emérito do Rio, Dom Karl Josef Romer, definiu a pessoa de Dom Eugenio, e ressaltou que o cardeal trabalhou pelos mais pobres e oprimidos.
“A inspiração de Dom Eugênio não era política ou partidária, era cristã, Jesus Cristo que morreu por todos nós, e humana, porque na face de cada pessoa ele via resplandecer algo da beleza e dignidade de Deus. Esse foi o motivo da sua luta”, disse Dom Romer.
“Hoje é um dia de fé, a fé que traz a alegria verdadeira, aquela que não diminui porque já é eterna e infinita, a alegria do céu, que é a alegria de Dom Eugenio. Apesar da tristeza pela falta dele, nós nos alegramos com a alegria definitiva que ele tem no céu junto com Deus. A melhor recordação que tenho dele é a sua fidelidade a Deus em todas as coisas”, disse Dom Heitor.
No final da missa, Dom Orani agradeceu por todas as manifesta­ções de solidariedade expressadas pelo falecimento de Dom Eugenio, no dia 9 de julho. O arcebispo des­tacou as diversas homenagens prestadas ao cardeal, através da presença de autoridades religiosas, civis e militares, por integrantes do clero e fiéis religiosos e leigos, nas celebrações realizadas.
“Dom Eugenio foi um desses homens que passam pelo mundo, deixam um rastro luminoso de presença atuante, de amor à Igreja, fidelidade ao Santo Padre e incan­sável trabalho pela evangelização, manifestando amor ao próximo sempre nas suas iniciativas no cam­po social. Dom Eugenio ainda será descoberto pela história do nosso Rio de Janeiro e também por todos os lugares por onde ele já passou”, afirmou Dom Edney.
A religiosa da Ordem de Nossa Senhora do Bom Pastor, irmã Maria do Rosário de Fátima, afirmou que o cardeal viveu intensamente sua vocação. “Dom Eugenio foi um pai para todos nós. Ele acolhia a todos. Eu sou muito grata a Dom Eugenio. Ele foi fiel a Jesus e não tinha medo de falar a verdade, sobre o aborto e as injustiças. Ele deixará muitas sauda­des, mas a semente que ele lançou na terra já está brotando”, disse.

CLÁUDIA BRITO
FOTO: GUSTAVO DE OLIVEIRA