sexta-feira, 20 de julho de 2012

Coração de São Camilo no Rio



Em comemoração aos 90 anos da chegada dos primeiros missio­nários camilianos, está em pere­grinação ao Brasil a relíquia de São Camilo de Léllis, padroei­ro dos enfermos e dos hospitais. Até o dia 2 de agosto, o coração do santo italiano percorrerá di­versas localidades do Brasil onde os padres camilianos estão pre­sentes, atuando nas áreas hospi­talar, educacional e de assistên­cia social e religiosa. Nos dias 21 e 22 de julho, dentro das festivi­dades do padroeiro, a relíquia es­tará no Rio de Janeiro, no Santu­ário de São Camilo de Léllis, que fica na Estrada Velha da Tijuca 45, no bairro da Usina.
No dia 21, sábado, a relíquia chegará às 8h, com concentração no Colégio Regina Coeli, segui­da de procissão até a paróquia. A Celebração Eucarística, às 9h, será presidida pelo arcebispo da Arquidiocese do Rio, Dom Orani João Tempesta.
Segundo o pároco, padre Car­los Toseli, a visita do Coração de São Camilo será um presente e uma convocação de Deus. “A vin­da do coração para o nosso santu­ário é um toque de Deus para que possamos trabalhar com mais ca­ridade, como nosso padroeiro, que sempre seguiu bem de per­to os passos de Jesus. Deus mise­ricordioso vem em nosso auxílio, enviando-nos o coração de São Camilo. A relíquia vem até nós para que a gente receba o pre­sente, admire-o, mas coloque-o, efetivamente e afetivamente, nas nossas relações, nas nossas pasto­rais, na nossa liturgia, enfim, no nosso agir de missionários, de que a nossa cidade e o nosso povo tan­to necessitam”, destacou.
O Coração de São Camilo de Léllis já passou pela capital Bra­sília e as cidades de Macapá, no Amapá, e Fortaleza, no Ceará. No Estado de São Paulo, passou na Capital, em Aparecida e em Cachoeira Paulista. Além do Rio de Janeiro, a peregrinação passa­rá ainda por Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.

DEVOÇÃO A SÃO CAMILO DE LÉLIS
Conhecido como um dos pro­fetas do cuidado humanizado no mundo da saúde, ficou célebre por seu grito junto aos profissionais da saúde, que é lembrado até hoje, após quase quatro séculos: “Mais coração nas mãos, irmão”. Para ele, a competência profissional (mãos) tem que estar junto com a compe­tência humana (coração).
O coração de São Camilo está hoje conservado numa urna de vi­dro, dentro de um relicário dou­rado, no quarto onde ele morreu. O local foi transformado, em 1755, numa capela, na sede do Governo Geral da Ordem Camiliana, jun­to à Igreja Santa Maria Madalena, na região central de Roma, onde é visitado por milhares de devotos.

CAMILIANOS NO BRASIL
Os primeiros camilianos, pa­dres Inocente Radrizzani e Eugê­nio Dalla Giacoma, chegaram ao Brasil, mais precisamente ao Rio de Janeiro, no dia 15 de setembro de 1922. Eles foram designados a cumprir a missão de fundar uma colônia dos filhos de São Cami­lo na cidade de Mariana, em Mi­nas Gerais.
Como o destino final não era aquele, no mesmo dia partiram para Mariana e, depois de três dias de viagem, foram recebidos pelo bispo auxiliar e vigário capi­tular, que os acolheu com frater­nidade. Porém, cinco dias depois, padre Inocente embarcava sozi­nho de volta ao Rio de Janeiro, dei­xando padre Dalla Giacoma em Mariana como medida para pou­par o dinheiro, que era escasso, e com o objetivo de instalar a mis­são camiliana no Rio. O tempo vi­venciado na cidade mineira foi su­ficiente para compreender que lá não era o lugar ideal para iniciar a fundação, e ser convencido disso.
No Rio de Janeiro, muitos fo­ram os desencontros e poucos os resultados. Com a ajuda do secre­tário do arcebispo de São Paulo, padre Alfredo Mecca, padre Ino­cente continuou sua trajetória, com destino a São Paulo, para apresentar ao arcebispo Dom Du­arte Leopoldo, um memorial so­bre a Ordem e suas atividades.
Em São Paulo, acolhido pelo colégio salesiano Liceu Coração de Jesus, padre Inocente perce­beu que aquela cidade era pro­missora e poderia transformar­-se num imenso campo de ativi­dades camilianas, o que fez pa­dre Dalla Giacoma também dei­xar a pequena cidade de Mariana.
De hóspedes dos salesianos, passaram para os capuchinhos, onde permaneceram até 1923, época em que os frades cederam a capelania do Hospital Hum­berto I, da colônia italiana, assu­mida pelo padre Dalla Giacoma, no dia 15 de novembro do mes­mo ano, sendo considerada o iní­cio oficial das atividades camilia­nas no Brasil.
Hoje, mantida pela Província Camiliana Brasileira, a Rede São Camilo é referência na gestão de hospitais e na educação superior em saúde no país. No Brasil, os ca­milianos atuam na assistência à saúde (hospitais); educação para saúde (centros universitários); assistência social (equipamen­tos sociais), religiosa (Pastoral da Saúde, capelanias, paróquias e se­minários), e missionária.
A Província Camiliana Brasi­leira se reporta ao Governo Geral da Ordem do Ministro dos En­fermos. A Ordem foi criada em 1614, pelo precursor São Camilo de Léllis, tem sua sede em Roma e hoje está presente em 35 países nos cinco continentes.

RENATO FRANCISCO E CARLOS MOIOLI
COLABORAÇÃO: PROVÍNCIA CAMILIANA BRASILEIRA
FOTO: REPRODUÇÃO

Peregrinação

A Pastoral da Saúde convida as demais pastorais, os movi­mentos, ministério e devotos para uma peregrinação ao Santuário São Camilo de Lellis, que nos dias 21 e 22 de julho irá receber a insigne relíquia do coração de São Camilo. No sábado, dia 21, haverá diversas cerimônias das 8h às 18h30, e no domingo, dia 22, a veneração à relíquia nas missas das 8h, 11h, 15 e 18h30. O endereço do santuário é Estrada Velha da Tijuca 45, na Usina.