sexta-feira, 20 de julho de 2012

Chamados à amizade


“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei­-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15, 15-16). Assim como está no Evangelho de São João, a amizade é uma escolha, um chamado a partilhar a vida com outro ser, por laços de afeto humanos e divinos. Para ser amigo verdadeiro, basta amar gratuitamente, assim como Jesus, que veio ao mundo para salvar a humanidade.
No dia 20 de julho, será ce­lebrado o Dia Internacional da Amizade, ocasião para reforçar laços de amizade e fazer contato com amigos de perto e de longe. Sobre a origem da data, a his­tória mais conhecida conta que um dentista argentino, chama­do Enrique Febbaro, escolheu a chegada do homem à Lua, que aconteceu em 20 de julho de 1969, para realizar uma festa dedicada à amizade, sentimento que supera fronteiras. Em 1979, a comemoração tornou-se ofi­cial em Buenos Aires, capital da Argentina e foi aos poucos adotada em outras partes do mundo.
Na esfera digital, a partilha do sentimento de amizade pode aquecer corações. Na tela do computador ou do celular, com as distâncias encurtadas, ouvir e ver um rosto amigo gera alegria. Mas simplesmente ter milhões de amigos virtuais no Twitter e Facebook não pre­enche corações, porque verda­deiros amigos são contados, na maioria das vezes, nos dedos de uma das mãos.
Sempre que possível, é ne­cessário fazer-se próximo e olhar nos olhos de um amigo, para ver se ele realmente está bem, porque depressões e an­gústias de corações solitários podem ser escondidas pelos meios digitais. O verdadeiro amigo se preocupa e ajuda o outro a ter um sentido maior de existência, é aquele que com­partilha as tristezas e, sobre­tudo, as alegrias. Assim como cantou Milton Nascimento, “é coisa pra se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração”.

CLÁUDIA BRITO
FOTO: SXC.HU