Após 20 anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), o Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho, será sede da
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), e
da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, organizado pela sociedade civil
global, que acontecerá entre os dias 15 e 23 de junho, no Aterro do Flamengo.
Assim como na última conferência, a Igreja estará presente na reflexão e no
debate sobre a integração do homem com o mundo a sua volta.
Entre as atividades, haverá uma missa no dia 17 de junho, às
10h, na Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, presidida pelo arcebispo
Dom Orani João Tempesta, e concelebrada por bispos de outros países. No mesmo
dia, à noite, será realizada uma vigília envolvendo todos os participantes do
evento.
Segundo o site oficial do evento, “o objetivo da
Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento
sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação
das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e por meio do
tratamento de temas novos e emergentes”. Neste contexto, a Rio+20 terá dois
temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e
da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento
sustentável.
CÚPULA DOS POVOS
A Cúpula dos Povos pretende ser uma oportunidade para a
sociedade civil tratar dos graves problemas enfrentados pela humanidade e
demonstrar a força política dos povos organizados.
Os participantes debaterão a falta de ações para superar a
injustiça social ambiental nestas duas décadas, após a Rio 92, o que, para
ambientalistas, tem frustrado expectativas e desacreditado a ação da
Organização das Nações Unidas (ONU), e questionarão a pauta prevista para a
Rio+20 oficial, a chamada “economia verde” e a institucionalidade global,
considerada por muitos ambientalistas como insatisfatória para lidar com a
crise do planeta, causada pelos modelos de produção e consumo capitalistas.
Dentro desta perspectiva, a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) participará das atividades programadas pela Cúpula dos Povos
nos painéis específicos de religião. De acordo com a programação, estão
previstos testemunhos, conferências, mesas de debates e momentos celebrativos
(veja a programação no quadro).
Segundo Dom Orani, a Arquidiocese do Rio estará de portas
abertas para acolher os representantes do mundo inteiro. “Na Rio+20 haverá a
participação da Santa Sé, que tem uma equipe que virá representar o Papa. O
representante do Vaticano junto à ONU estará presente. E a arquidiocese estará
presente junto aos nossos representantes oficiais, além do trabalho que faremos
junto com o Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) e a CNBB, na
conferência e na Cúpula dos Povos”, destacou o arcebispo.
CÁRITAS NA RIO+20
Entre os organismos da Igreja presentes na Rio+20, estará a
Cáritas. De acordo com a diretora-executiva nacional da instituição, Maria
Cristina dos Anjos (foto), a entidade, enquanto uma rede internacional que
compõe dentro da ONU a rede das Organizações Não Governamentais (ONGs), terá
um assento junto a outras redes internacionais na Rio+20 e também se fará
presente ao lado dos representantes da sociedade civil na Cúpula dos Povos.
Maria Cristina destacou que a Igreja defenderá na Conferência que o ser humano
não está descolado do meio ambiente, sendo necessário, por isso, ampliar o
debate para além da questão ambiental.
“Discutir um modelo de desenvolvimento é discutir a
integração de todos: homem, natureza e ecossistema. A presença da Igreja vai
ser muito importante. Nos dias da Conferência rezaremos juntos no Rio. Assim,
enquanto Igreja, teremos outros elementos que fortalecem essa nossa identidade
e essa nossa busca por um outro modelo de desenvolvimento, onde o ser humano
seja o centro da vida. Desta forma, esperamos poder dar uma contribuição a toda
essa reflexão”, disse.
Segundo a diretora-executiva, a Cáritas, como diversos
outros organismos, seja de inspiração religiosa ou não, levarão suas experiências
para ajudar a pensar um desenvolvimento mais sustentável não só para o Brasil,
mas para todo o planeta, levando em conta a sociobiodiversidade.
“Os organismos demonstrarão experiências que já apontam
para uma perspectiva de atuação mais sustentável. E a gente espera que, na
reunião oficial, as definições feitas pelos governos que estarão presentes na
Rio+20 venham confirmar essas experiências”, pontuou Maria Cristina.
Informações sobre a Rio+20 no site: www.rio20.gov.br
Informações sobre a Cúpula dos Povos no site: www.cupuladospovos.org.br
RENATO FRANCISCO
IMAGEM: REPRODUÇÃO
IMAGEM: REPRODUÇÃO
Confira a
programação:
• Dia 15 de junho, das 15h45 às 17h15, na Tenda da Paz, no
Aterro do Flamengo - Mesa de diálogos sobre meio ambiente e justiça social.
• Dias 15 e 16 de junho, das 15h do dia 15 às 17h do dia 16,
na Casa Maria Imaculada, na Rua Joaquim Murtinho, 641, em Santa Teresa -
Assembleia do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social com os atingidos
por desastres ambientais.
• Dia 16 de junho, às 9h, no Aterro do Flamengo - Mesa de
diálogos sobre o Código Florestal, em conjunto com o Comitê Brasil em Defesa
das Florestas.
• Dia 17 de junho de 2012, às 10h, na Catedral de São
Sebastião do Rio de Janeiro - Missa presidida pelo arcebispo do Rio, Dom Orani
João Tempesta, com a presença das delegações estrangeiras.
• Dia 17 de junho, às 11h30 - Entrevista coletiva com a
presidência da CNBB, com leitura da Carta das Organizações Internacionais de
Ajuda Financeira e da presidência da CNBB em relação à Rio+20/Cúpula dos Povos,
na Catedral de São Sebastião, no Centro.
• Dia 17 de junho, das 20h às 24h, no Aterro do Flamengo -
Vigília Interreligiosa.