“Achei Davi, homem segundo o meu coração” (At 13,22). A reflexão sobre este versículo bíblico se torna ainda mais oportuna na proximidade da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e do Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero, celebrados este ano em 15 de junho. De forma especial, os sacerdotes, que agem “in persona Cristi”, são especialmente convidados a ter um coração inflamado de amor como o do Senhor “manso e humilde” (Mt 11,29), para que o povo de Deus possa achar descanso e refrigério para as suas almas.
O dia de oração para que os sacerdotes “conformem-se cada
vez mais com o coração do Bom Pastor” foi criado, em 1995, pelo beato João
Paulo II, na Carta aos Sacerdotes por ocasião da celebração da Quinta-Feira
Santa. Para o Pontífice, a atitude de orar pelos sacerdotes deve ser
constante e é fundamental para sustentar os sacerdotes na difícil missão de
ser ponte entre o céu e a terra, em uma sociedade que busca afastar a humanidade
de Deus.
Este ano, a carta da Congregação do Clero para a Jornada
Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes utilizou a expressão da Escritura,
“esta é a vontade de Deus: a vossa santificação!” (1Ts 4,3), destacando que a
santidade é para todos os cristãos, especialmente, para os sacerdotes.
Segundo o bispo auxiliar do Rio Dom Nelson Francelino Ferreira,
este empenho maior de oração é uma excelente oportunidade para os fiéis
transmitirem afeto aos seus sacerdotes. Ele afirmou que a ação solidária de responsabilizar-se
pelo bem do outro, que demonstra o verdadeiro sentimento cristão, gera
santidade e beneficia quem recebe a oração e quem ora.
“A santidade é solidária por si mesma. Então, na medida em
que os pastores vão crescendo, essa santidade a de beneficiar profundamente o
rebanho”, afirmou.
Dom Nelson reforçou que se o clero é chamado à santidade, ele
também convive com as múltiplas fragilidades. “É preciso ter os pés no chão,
ter a humildade de reconhecer a nossa condição humana. Como toda a comunidade,
também os pastores experimentam a triste realidade do pecado. São homens, não
anjos”, disse.
O bispo motivou a comunidade a também louvar a Deus pela
vocação sacerdotal de muitos padres dedicados que, com sua vida e seu trabalho,
glorificam o nome de Deus, servem à Igreja e doam-se aos seus fiéis. Ele
afirmou que é preciso lembrar e reconhecer os sacerdotes que corajosamente,
não obstante dificuldades, incompreensões e perseguições, continuam fiéis à
sua vocação e são presença viva de Cristo no meio de seu povo.
“Que o Sagrado Coração de Jesus derrame suas bênçãos sobre
nossos queridos padres, favorecendo o seu crescimento na direção da
fidelidade que os molda segundo esse mesmo coração de Deus”, motivou o bispo.
CLÁUDIA BRITO
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