terça-feira, 17 de abril de 2012

Nazaré, Sebastião e Jorge: caminhando junto com o povo



Quando o assunto é a devoção popular, vale destacar o fortalecimento da religiosidade na cidade com a chegada do novo pastor. O povo carioca, já abençoado pelo Cristo Redentor, passou a receber a bênção de Nossa Senhora de Nazaré, em setembro de 2009. Dom Orani João Tempesta, cinco meses depois de assumir a arquidiocese, lembrou que consagrara o seu apostolado a Virgem de Nazaré e, naquela ocasião, fez um apelo aos moradores da Cidade Maravilhosa: "Abraçando o seu divino filho, o Cristo Redentor, todos nós nos tornemos discípulos missionários de Jesus Cristo."
O tradicional Círio de Nazaré chegava ao estado, nas arquidioceses do Rio e de Niterói, para fortalecer ainda mais a identidade católica do povo. Acostumados aos festejos do padroeiro, São Sebastião, os fiéis abraçaram de imediato o que consideraram um presente de Dom Orani, e marcaram forte presença na exposição de cinco mil peças sobre o Círio, na Catedral da Avenida Chile, no centro da cidade.
A manifestação cultural e religiosa cresceu em 2010, quando o que é considerada a maior procissão católica do mundo ganhou pela segunda vez a adesão dos cariocas e fluminenses. Basta reler as publicações registradas na mídia da época para verificar que, por onde passou o Círio, incluindo as paróquias de São Gonçalo e Saquarema, o entusiasmo de viver como Igreja de Jesus Cristo se ampliava, na medida em que o novo pastor do Rio acompanhava o seu rebanho: os Santuários da Penha e Bom Jesus da Coluna e o Mini-Círio, em Copacabana e Acari, mostraram pessoas de diversas idades em autêntica declaração de fé.
Em 2011 não foi diferente com mais um Círio. A Igreja do Rio já estava em permanente estado de missão, seguindo os passos do pastor. Uma multidão acompanhou a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, sobretudo os jovens já entusiasmados pelo encontro com o Papa Bento XVI em 2013, na Jornada Mundial da Juventude, na cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião, disse o arcebispo: "É o momento de chamar os jovens para a paz, a fraternidade e ajudar o mundo a ser mais justo."


O BISPO E O PADROEIRO
Quando a imagem do santo padroeiro da cidade saiu em 11 de janeiro de 2010 da Catedral em direção ao Quartel Central do Corpo de Bombeiros, no Centro, o cortejo que marcava o início da novena preparatória à grande festa de São Sebastião já sinalizava um diferencial: muitas pessoas na rua faziam o sinal da cruz e rezavam diante da imagem.
A integração e a presença constante junto à população se repetiram em 2011 e 2012, quando o arcebispo ampliou as orações e locais para a passagem da imagem peregrina. A grande festa, no último dia 20 de janeiro, reuniu mais de 70 mil pessoas em procissão. Em sintonia com o seu bispo e o padroeiro, o povo enfeitou as janelas e de lá mesmo fazia orações ao santo. A população do Rio, já acostumada com 40 graus de sol forte, agora sentia, na pele, o calor da fé.


SOMOS TODOS GUERREIROS
Os devotos de São Jorge sempre lotam as igrejas desde o início da manhã, no dia 23 de abril. Dom Orani logo percebeu que a alma dos cariocas e fluminenses estavam muito ligadas ao Santo Guerreiro. Ele destacou nas cerimônias, a figura firme, forte e corajosa do soldado Jorge e sua postura de cristão, que diante da pressão continua firme na fé: "Nesse ponto, o carioca é um forte e corajoso que enfrenta as dificuldades. O carioca tem em São Jorge um exemplo".
A festa de louvor ao santo, que acontecia em diversos lugares, foi unificada. O desejo do arcebispo, que sempre foi um só: fortalecer o diálogo entre as comunidades, já estava concretizado.


MARCYLENE CAPPER

FOTO: GUSTAVO DE OLIVEIRA