terça-feira, 17 de abril de 2012

Defensor da vida



O arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, presidiu a Vigília pela Vida, no dia 10 de abril, no Edifício João Paulo II, na Glória, respondendo a convocação feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que uniu os cristãos católicos na véspera do julgamento da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), nº 54, que aconteceu entre os dias 11 e 12 de abril, no Supremo Tribunal Federal.
O encontro, que contou com a participação das novas comunidades Shalom, Canção Nova e Pequeno Rebanho, teve como objetivo defender a vida humana, desde a concepção, independente de algum tipo de malformação. Foram realizadas vigílias de oração nas paróquias, capelas e comunidades em todo o país, para interceder pelos fetos anencéfalos.
Durante a vigília, o arcebispo do Rio defendeu o direito da Igreja manifestar a sua opinião sobre o tema. "Acredito que todos os brasileiros têm direito a opinar. Não é porque nós temos uma fé que somos excluídos de dar a nossa opinião. Percebemos que as manipulações são muito grandes, e pedimos ao Senhor que ilumine e nos firme para que não desanimemos diante das várias injustiças", afirmou.
Segundo o arcebispo, defender a vida não é impor uma religião, porque a vida é um valor universal. "A nossa Constituição defende a vida, e isso é um bem para a sociedade. Aqueles que são contra a vida é que estão atrasados. Na época do nazismo, por exemplo, se podia matar as pessoas que eles achavam que deveriam ser eliminadas", disse.
Dom Orani afirmou que o bebê anencéfalo, cientificamente e eticamente, é um ser humano, mesmo que não tenha o encéfalo completo. "Existe uma parte que lhe permite viver por um tempo determinado. É preciso também ter muito cuidado com as propostas da reforma do Código Penal. Mês passado, assisti a uma discussão pelos meios de comunicação sobre o aborto pós-parto, que significa matar depois que nasceu", alertou Dom Orani.
O arcebispo lembrou que situações assim tornam as pessoas desumanas. "Cabe a nós, enquanto pessoas que pensam no bem da sociedade, lutar pela vida em todos os seus aspectos. A Igreja sempre vai se preocupar com as várias questões humanas e sociais, o pobre que passa necessidade, aqueles que não têm emprego e as pessoas que sofrem violência", destacou.

CLÁUDIA BRITO

FOTO: GUSTAVO DE OLIVEIRA