terça-feira, 17 de abril de 2012

Com as redes do pescador e o cajado do pastor



Durante a celebração da Festa da Misericórdia de 2009, no dia 19 de abril, na Catedral de São Sebastião, Dom Orani João Tempesta iniciou o seu ministério episcopal como arcebispo na Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Nesses três anos de pastoreio, os cariocas puderam descobrir quem é Dom Orani João Tempesta: homem simples, de vida monástica, devoto de Nossa Senhora, que se faz um no meio do povo, que se mistura aos fiéis e gosta de ouvir suas histórias.
Um homem firme, fiel às inspirações do Espírito Santo em seu ministério. Um missionário, que percorre a cidade com as redes do pescador e o cajado do pastor. Que conclama a todos os fiéis a uma conversão pastoral, para que se tornem discípulos e missionários de Cristo.
É esse homem que a cidade aprendeu a amar e a respeitar. Um arcebispo que conduz a Arquidiocese do Rio rumo ao seu 11º Plano Pastoral de Conjunto, ao Ano da Fé, à Jornada Mundial da Juventude Rio2013.


Nos três anos de governo episcopal da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o arcebispo Dom Orani João Tempesta viveu plenamente o seu ministério, estando à frente de novos projetos e fortalecendo aqueles que já existiam.
Segundo Dom Orani, esses anos para ele passaram muito rápido, porque ele esteve envolvido com muitos trabalhos, nas mais diversas áreas pastorais da arquidiocese, como o projeto para a vinda da Jornada Mundial da Juventude para o Rio em 2013 e a elaboração do 11º Plano de Pastoral de Conjunto da Arquidiocese.
"O nosso trabalho foi marcado nesses anos pela preocupação com questões relativas à relação da Igreja com a sociedade, à luta a favor da vida, à evangelização e à missão e à inserção da Igreja do Rio de Janeiro na cultura da cidade, na questão social e no diálogo com todas as religiões. Busquei também ser presença nas comunidades, paróquias, movimentos e pastorais. Em tudo agradeço a Deus, aos irmãos e à Igreja do Rio de Janeiro por ter podido servir ao povo de Deus", destacou Dom Orani.
Neste tempo em que está à frente da Arquidiocese do Rio, Dom Orani caminhou por toda a cidade do Rio nas visitas que fez às várias comunidades paroquiais. Isso possibilitou a ele, que é natural da cidade paulista de São José do Rio Pardo, conhecer um pouco como são os cariocas. Para o arcebispo, o povo do Rio, diferentemente daquilo que é propagado pela mídia em geral, é religioso, marcando presença nas igrejas e nos trabalhos pastorais.
"Eu vejo o grande trabalho realizado nas paróquias, nas capelas e nos movimentos. É um povo que realmente busca a Deus e manifesta em grandes momentos seu aspecto religioso. Cabe a nós, enquanto Igreja, tanto a orientação das pessoas nos pequenos grupos para o aprofundamento da fé, como também ajudá-las a manifestar aquilo que acreditam na sociedade, através de grandes eventos. É preciso continuar ajudando as pessoas católicas a conhecerem melhor a sua fé. Eu creio que são aspectos que a nós compete levar para frente nessa nova realidade da Nova Evangelização", ressaltou Dom Orani.
Para o futuro, Dom Orani acredita que é importante estar atento aos desafios impostos pela cultura atual, que está se transformando, para que as pessoas tenham aquilo que buscam: a paz, a dignidade e o respeito a sua religião.
"Eu vejo que o nosso país tem sofrido direcionamentos errados com relação à questão da vida, da família e da educação. Isso tem retirado do nosso povo aquilo que ele realmente busca, que é uma vida na paz, com dignidade e respeito a sua cultura religiosa. Isso tem acontecido tanto por julgamentos como por legislações, costumes e pelos meios de comunicação. Creio que é um desafio muito grande fazer com que a nossa cultura conserve aquilo que realmente são valores importantes para a vida humana e saiba discernir o que realmente pode ser levado adiante", disse.

RENATO FRANCISCO

FOTO: GUSTAVO DE OLIVEIRA