Contemplar a beleza de um trabalho missionário é algo ainda mais encantador quando o ato de caridade é realizado por crianças e adolescentes. Com rapidez, as crianças aprendem e surpreendem pela capacidade de realizar de forma simples tarefas, muitas vezes complexas. No mês missionário que é também das crianças, é importante destacar o trabalho da Infância e Adolescência Missionária (IAM), que coloca em prática a Palavra que diz: "Da boca dos pequeninos sai um louvor" (Sl 8,3).
Fundada em 1843, por Dom Carlos Forbin Janson, bispo da Cidade de Nancy, na França, a Infância Missionária foi ampliada para incluir os adolescentes e, atualmente, é conhecida como IAM. A ideia surgiu a partir das cartas que Dom Carlos recebeu de missionários na China falando sobre o sofrimento das crianças chinesas, especialmente das meninas. Junto com a leiga Paulina Jericot, as crianças da França foram motivadas pelo desafio de ajudar as crianças mais necessitadas.
E, a partir do lema: "Crianças evangelizando e ajudando crianças", os pequenos começaram a trabalhar, a ter momentos de oração e de organizar um auxílio concreto. O ato solidário francês se tornou a 2ª Obra Pontifícia Missionária da Igreja Católica. Hoje, a IAM se encontra organizada em mais de cem países, beneficiando milhões de crianças nos cinco continentes.
Para a coordenadora da Infância e Adolescência Missionária da Arquidiocese do Rio, professora Celeste da Conceição Gomes de Loureiro Alves, lembrando sempre da Santa Infância de Jesus, a IAM suscita o espírito missionário universal, que faz com que a criança e o adolescente adquira um ardor missionário e passe a pensar no outro.
"A criança adquire a espiritualidade do bom Samaritano (Lc 10,33), que se aproxima das pessoas que estão mais necessitadas, como Jesus pediu. E busca agir como Cristo agiria, assim como canta a música do padre Zezinho: ‘Amar como Jesus amou’. O sentimento missionário faz a criança, através de um conjunto de ações, pensar, orar, agir e se preocupar com todos, independentemente da religião. O fundamental na IAM é fazer a criança ver o mundo com um olhar amigo, identificando no próximo um irmão, para criar um mundo de paz", disse.
Segundo a professora, a ajuda é concreta, a criança faz a sua doação e o seu sacrifício, deixando de comprar uma coisa que ela goste para dar o dinheiro para ajudar uma criança que está com fome ou fora da escola. "É bonito fazer a criança visualizar que ela pode ser o diferencial nesse mundo, que não só os adultos, os padres ou as freiras, mas os pequenos missionários também podem fazer muita coisa", afirmou.
A professora destacou que os participantes mirins se empenham na realização de trabalhos missionários para ajudar pessoas e para preservar o meio ambiente. "Eles são muito generosos, responsáveis e atuantes. Cada criança surge com uma solução e são capazes, às vezes, até mais do que os adultos", garantiu.
Coleta Missionária
Todos os anos, no Dia Mundial das Missões e da Infância e Adolescência Missionária, celebrado no penúltimo domingo de outubro, é feita a Coleta Missionária, em todas as paróquias, comunidades e capelanias. Neste dia, todo católico é motivado a dar sua oferta material para as Missões, já que a responsabilidade por elas é de todos os batizados.
A esta oferta está associada a formação e vivência missionárias, por meio de orações e sacrifícios oferecidos pelas Missões, como também com a entrega pessoal como missionário, por determinado período ou Ad Vitam (por toda a vida). Como nos ensina o apóstolo Paulo: "Anunciar o Evangelho não é para mim título de glória, é obrigação que me foi imposta. Ai de mim, se eu não evangelizar" (I Cor 9, 16).
A esta oferta está associada a formação e vivência missionárias, por meio de orações e sacrifícios oferecidos pelas Missões, como também com a entrega pessoal como missionário, por determinado período ou Ad Vitam (por toda a vida). Como nos ensina o apóstolo Paulo: "Anunciar o Evangelho não é para mim título de glória, é obrigação que me foi imposta. Ai de mim, se eu não evangelizar" (I Cor 9, 16).
Cláudia Brito