O 2013 é um ano destinado a ficar na história da Igreja do Brasil, da juventude. O Brasil será a sede da Jornada Mundial da Juventude, onde milhões de jovens virão de todas as partes do mundo para renovar e manifestar publicamente a própria fé. Quando a França foi sede da Jornada Mundial da Juventude, o beato João Paulo II não só proclamou Doutora da Igreja Teresa do Menino Jesus, mas também a proclamou Padroeira da Juventude. Ninguém melhor do que ela, que viveu 24 anos, pode compreender os desejos dos jovens.
Jovens do mundo inteiro têm desejos que nós, “velhos”, nem sempre compreendemos, mas se fizermos esforço para entrar de novo no útero da juventude e renascer no Espírito Santo, como diz Jesus, poderemos sem dúvida retomar os nossos sonhos de ontem e projetá-los hoje. Não numa forma monótona e antiquada, mas sim com o dinamismo que o século 21 exige.
Posso estar errado, e aqui os antropólogos, teólogos, psicólogos e todos os que querem me ajudem. A pessoa humana fundamentalmente não muda, ela nasce olhando o seu futuro, buscando caminhos novos e abrindo caminhos para nova gerações. Há dentro de nós o desejo de infinito que não pode ser apagado. Devemos seguir o curso da água do rio, quando nos leva ao oceano, mas também subir fatigosamente o curso da água para voltar à nascente e beber da água pura e não contaminada pelos detritos que encontra no caminho.
O jovem quer viver. Teresinha queria viver a sua vida com entusiasmo, com amor, com novidade. E quando via um caminho fechado, ela não desanimava, mas procurava outro. Tinha dentro dela um ideal claro e, por isso lutou até consegui-lo. Queria ser carmelita, era o seu ideal. Disseram-lhe que era impossível aos 15 anos, mas ela insistiu, foi de porta em porta, até bater à porta do Papa Leão 13, e quando tudo parecia ser contra ela, as portas do Carmelo se abriram e realizou o seu sonho.
Assim são os jovens, não desanimam nunca. Eles insistem de todas as formas e de todos os lados, até que conseguem o que eles querem. Jovem não pode ser acomodado. Deve saber que não se chega à meta sem sofrimentos. Que Santa Teresinha possa infundir nos jovens do mundo inteiro, mas especialmente aos do nosso Brasil, esta coragem de não desanimar nunca. Recomeçar sempre.
Teresinha queria ser santa, mas viu que o caminho da santidade daquele tempo era complicado; precisava ter saúde de gigante para fazer mortificações que chamassem a atenção, penitências. Ela sentiu-se impotente para tudo isto. Mas não renunciou à santidade e buscou outro caminho, o caminho que todos podem percorrer, o caminho da infância, da pequena via, feito de amor, de renúncia, de abandono e de confiança em Deus. E chega a ser santa, e uma grande santa. Assim devem ser os jovens de hoje. Diante do ideal, não podem renunciar, mas devem procurar novos caminhos. Deus não quer gigantes físicos, força, mas quer gigantes no amor. É possível amar tanto nas dificuldades, na doença, quanto na saúde. Foi criativa na suas intuições. Quem é mais criativo do que os jovens? Eles devem criar novos caminhos para a Igreja, para a família, para a missionaridade. Os valores serão os mesmos, mas a maneira como vivenciá-los será diferente.
Vivemos na era do Facebook, do Ipod, do não sei o que, e todos estes meios devem ser colocados ao serviço de Deus. Jovens sabem como mexer com tudo isto e nós, velhos, devemos ter a humildade de agradecer a Deus pelos jovens que são mais criativos do que nós.
Teresinha queria ser missionária, mas estava no mosteiro, fechada por muros em todos os lados. Mas quem pode fechar o coração? Quem pode perder o amor? Ela foi capaz de superar tudo isto e, com amor, com fé, abraçou a humanidade na missionaridade e evangelização. “Quero ser missionária pela oração e pelo sacrifício.” É preciso encontrar caminhos missionários não só na ação, mas também na oração contemplativa no amor, que arde em nosso coração. Nesta festa deste ano de Santa Teresinha, vou pedir para ela que seja no meio dos nossos jovens força criativa, e que a Igreja do Brasil desde agora prepare uma Jornada Mundial da Juventude, única no seu gênero, bonita, de fé, de amor, que marque o futuro da fé do nosso povo brasileiro.
FREI PATRÍCIO SCIADINI, OCD
Testemunho de Fé / 2 a 8 de outubro de 2011.
Jovens do mundo inteiro têm desejos que nós, “velhos”, nem sempre compreendemos, mas se fizermos esforço para entrar de novo no útero da juventude e renascer no Espírito Santo, como diz Jesus, poderemos sem dúvida retomar os nossos sonhos de ontem e projetá-los hoje. Não numa forma monótona e antiquada, mas sim com o dinamismo que o século 21 exige.
Posso estar errado, e aqui os antropólogos, teólogos, psicólogos e todos os que querem me ajudem. A pessoa humana fundamentalmente não muda, ela nasce olhando o seu futuro, buscando caminhos novos e abrindo caminhos para nova gerações. Há dentro de nós o desejo de infinito que não pode ser apagado. Devemos seguir o curso da água do rio, quando nos leva ao oceano, mas também subir fatigosamente o curso da água para voltar à nascente e beber da água pura e não contaminada pelos detritos que encontra no caminho.
O jovem quer viver. Teresinha queria viver a sua vida com entusiasmo, com amor, com novidade. E quando via um caminho fechado, ela não desanimava, mas procurava outro. Tinha dentro dela um ideal claro e, por isso lutou até consegui-lo. Queria ser carmelita, era o seu ideal. Disseram-lhe que era impossível aos 15 anos, mas ela insistiu, foi de porta em porta, até bater à porta do Papa Leão 13, e quando tudo parecia ser contra ela, as portas do Carmelo se abriram e realizou o seu sonho.
Assim são os jovens, não desanimam nunca. Eles insistem de todas as formas e de todos os lados, até que conseguem o que eles querem. Jovem não pode ser acomodado. Deve saber que não se chega à meta sem sofrimentos. Que Santa Teresinha possa infundir nos jovens do mundo inteiro, mas especialmente aos do nosso Brasil, esta coragem de não desanimar nunca. Recomeçar sempre.
Teresinha queria ser santa, mas viu que o caminho da santidade daquele tempo era complicado; precisava ter saúde de gigante para fazer mortificações que chamassem a atenção, penitências. Ela sentiu-se impotente para tudo isto. Mas não renunciou à santidade e buscou outro caminho, o caminho que todos podem percorrer, o caminho da infância, da pequena via, feito de amor, de renúncia, de abandono e de confiança em Deus. E chega a ser santa, e uma grande santa. Assim devem ser os jovens de hoje. Diante do ideal, não podem renunciar, mas devem procurar novos caminhos. Deus não quer gigantes físicos, força, mas quer gigantes no amor. É possível amar tanto nas dificuldades, na doença, quanto na saúde. Foi criativa na suas intuições. Quem é mais criativo do que os jovens? Eles devem criar novos caminhos para a Igreja, para a família, para a missionaridade. Os valores serão os mesmos, mas a maneira como vivenciá-los será diferente.
Vivemos na era do Facebook, do Ipod, do não sei o que, e todos estes meios devem ser colocados ao serviço de Deus. Jovens sabem como mexer com tudo isto e nós, velhos, devemos ter a humildade de agradecer a Deus pelos jovens que são mais criativos do que nós.
Teresinha queria ser missionária, mas estava no mosteiro, fechada por muros em todos os lados. Mas quem pode fechar o coração? Quem pode perder o amor? Ela foi capaz de superar tudo isto e, com amor, com fé, abraçou a humanidade na missionaridade e evangelização. “Quero ser missionária pela oração e pelo sacrifício.” É preciso encontrar caminhos missionários não só na ação, mas também na oração contemplativa no amor, que arde em nosso coração. Nesta festa deste ano de Santa Teresinha, vou pedir para ela que seja no meio dos nossos jovens força criativa, e que a Igreja do Brasil desde agora prepare uma Jornada Mundial da Juventude, única no seu gênero, bonita, de fé, de amor, que marque o futuro da fé do nosso povo brasileiro.
FREI PATRÍCIO SCIADINI, OCD
Testemunho de Fé / 2 a 8 de outubro de 2011.