
“A paz esteja convosco. Este é o cumprimento do Ressuscitado. Ele traz a paz, e ao trazer a paz envia os seus discípulos ao mundo e, ao mesmo tempo, dá o dom à Igreja de levar o perdão, a misericórdia a todas as pessoas. Perdoar os pecados, reconstruir vidas, fazer com que o coração de Deus transpareça, trazendo as pessoas das misérias para uma nova vida [...]”. Foi com essas palavras que o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, iniciou a sua homilia durante a Missa da Festa da Misericórdia, na Catedral de São Sebastião, no Centro, no dia 11 de abril.
Foi um dia de festa e solidariedade. Na ocasião foram arrecadados mantimentos para serem doados às vítimas das chuvas no Estado do Rio. Durante o evento, a Santa Missa foi rezada na intenção de todos os falecidos, devido ao temporal que atingiu o Rio de Janeiro na semana passada, por seus familiares e por todas pessoas que atuaram e atuam no resgate e no atendimento dos desabrigados.
A Celebração Eucarística também teve outra intenção: a celebração de um ano de ministério episcopal de Dom Orani João Tempesta na Arquidiocese do Rio. Concelebraram Dom Cipriano Chagas, OSB, Monsenhor Francisco Brandão Cavalcanti Vital, Padre Walnei de Moura Antunes e Padre Marcos Túlio. Entre as autoridades presentes estavam o deputado federal Hugo Leal, o vereador Márcio Pacheco e Luiz Carlos Pugialli, que representou o governo do Estado.
A Festa da Misericórdia se estendeu das 9h às 13h. Após a Santa Missa, foi realizada a entrada da capelinha de Nossa Senhora de Schoenstatt. Em seguida, os fiéis participaram da Adoração ao Santíssimo Sacramento. No encerramento do evento, foi rezado o Terço da Misericórdia.
Anunciadores
da misericórdia de Deus
Logo no início da Santa Missa, o Arcebispo do Rio definiu o sentido da celebração daquele domingo: uma oportunidade de afirmar a nossa fé, de testemunharmos que a misericórdia do Senhor vem até nós, nos levanta, nos torna novos. “E também de sermos anunciadores dessa misericórdia a nossos irmãos e irmãs. [...]. É muito importante que saibamos discernir os tempos para vivermos na misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, sermos chamados à santidade e continuarmos firmes na fé, quando os ventos sopram favoráveis e quando sopram desfavoráveis”, disse.
Antes do ato penitencial, o Arcebispo motivou todos a fazer um exame de consciência, e confessar a Deus todos os pecados pessoais que hoje influenciam na divisão das famílias, das comunidades, da sociedade, nas violências e dificuldades de relacionamento.
Também nesse momento ele lembrou das vítimas das chuvas: “Queremos rezar por aqueles que partiram, que sofreram essa passagem para a eternidade de maneira tão brutal e, ao mesmo tempo, seus familiares, aqueles que sofrem com a perda de seus entes queridos e por todos os que ajudam e partilham suas vidas nesse momento de dor. Aqueles que fazem do seu tempo uma possibilidade de poder fazer o bem aos irmãos e irmãs. Pedimos a Deus que inspire a todos nós e aos governantes a encontrar caminhos para o futuro para vivermos na paz, na fraternidade, na segurança, num mundo mais justo, mais humano e fraterno.”
A certeza da Ressurreição
O Arcebispo centrou a sua homilia em alguns pontos: a certeza e alegria da Ressurreição, a necessidade do testemunhar ao mundo ressuscitado, a firmeza da fé perante as adversidades, a solidariedade e comunhão dos cristãos na comunidade humana.
Como compromisso concreto, conclamou todos os fiéis a visitarem ao menos uma família que tenha sofrido nos últimos dias com as fortes chuvas que atingiram o estado, levando conforto espiritual e uma ajuda material. Como incentivo, ofereceu a todos os presentes um cartão, que deve ser entregue às famílias visitadas, tendo de um lado a foto do Cristo Redentor sobre a cidade do Rio e do outro uma mensagem de Páscoa e conforto à comunidade carioca frente aos momentos difíceis pelo qual o Rio de Janeiro atravessa nesses dias.