Coroinha, acólito, servidor do altar. São vários os nomes,
mas a função é só uma: servir o altar. Os meninos e meninas que ajudam os
clérigos durante as celebrações litúrgicas comemoram no dia 15 de agosto o dia
de seu padroeiro, São Tarcísio, e assim também o Dia dos Coroinhas.
São Tarcísio foi coroinha na Igreja de Roma por volta do terceiro
século e serviu ao altar, acompanhando o Papa Sisto II nas celebrações
eucarísticas. Ele esteve disposto a servir a Igreja por Jesus Cristo até o
final de sua vida, quando foi apedrejado por alguns rapazes até morrer (leia mais
sobre a vida do santo no box). Hoje, os coroinhas seguem o exemplo de vida de
São Tarcísio.
De uma forma geral, conforme retratam as imagens na entrada da
Igreja da Ressurreição no Arpoador (fotos), usam túnica vermelha com sobrepeliz
branca (veste oficial). Nas missas, possuem funções litúrgicas. Entre elas,
estão as funções de turiferário, librífero, cruciferário e cerimoniário.
Turiferário é o nome atribuído ao coroinha que manuseia o turíbulo, utilizado
para a incensação durante celebrações solenes; librífero é aquele que leva o
Missal Romano, livro que contém a Liturgia das missas; cruciferário é quem “porta”
a Cruz celebrativa, levando-a até o altar durante a procissão de entrada e
retirando-a na saída; e cerimoniário é o coroinha que auxilia o padre a ler as
orações no Missal e que é o responsável para que tudo esteja organizado na
missa.
CELEIRO DE VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS
No exercício desse serviço nas missas, alguns coroinhas
sentem-se chamados por Deus a seguir a vocação sacerdotal ou religiosa.
Segundo o responsável pelos coroinhas do Vicariato Leopoldina, padre Klepler
Magalhães, muitas vocações brotam de jovens que começam inicialmente ajudando
os sacerdotes e, com o testemunho desses sacerdotes e tudo o que eles vivenciam
no serviço a Deus, também se sentem chamados ao sacerdócio.
“Desde pequenos, os coroinhas tem esse amor a Deus, à
Eucaristia e à Igreja. Estando nesse grupo, o padre tem como acompanhar mais
de perto e fazer com que eles, caminhando nas etapas, sobretudo as mais
difíceis da juventude, cresçam numa maturidade de fé”, destacou.
A coordenadora do grupo de coroinhas da Paróquia Nossa
Senhora da Paz, em Ipanema, Eliane Gomes, disse que estes anos em que está
auxiliando os coroinhas foram de muito aprendizado, sendo também uma grande
responsabilidade e desafio.
“Foi uma responsabilidade porque o grupo de coroinhas é um
celeiro de vocações sacerdotais e religiosas e um desafio porque o grupo é
formado por crianças e adolescentes de 5 a 18 anos, e sempre me perguntei como
mostrar a essas crianças e adolescentes o caminho para o Reino dos Céus”,
destacou.
Para se informar como fazer parte do grupo dos coroinhas, os
jovens podem procurar o pároco da paróquia que frequentam.
RENATO FRANCISCO
FOTOS: CARLOS MOIOLI
Vida de São Tarcísio
Mártir da Igreja dos primeiros séculos, São Tarcísio, como
um dos integrantes da comunidade cristã romana, foi vítima da perseguição do
imperador Valeriano, em Roma, Itália.
São Tarcísio era acólito do Papa Sisto II, acompanhando-o na
celebração eucarística.
Durante o período das perseguições, os cristãos eram
presos, processados e condenados a morrer pelo martírio e, nas prisões,
desejavam receber o conforto final da Eucaristia. Mas era impossível entrar. O
Papa Sisto II queria levar a hóstia consagrada a mais um grupo de mártires que
esperavam a execução e São Tarcísio pediu ao Santo Padre que o deixasse tentar.
Ele tinha 12 anos. Comovido, o Papa Sisto II abençoou-o e deu-lhe uma caixinha
com as hóstias. Mas, São Tarcísio não conseguiu chegar à cadeia, sendo
identificado no caminho, e, como se recusou a dizer e entregar o que portava,
foi apedrejado até morrer.
Depois de morto, foi revistado e nada acharam do sacramento
de Cristo. Seu corpo foi recolhido por um soldado, simpatizante dos cristãos, que
o levou às catacumbas, onde foi sepultado.
FONTE: PAULINAS