A Jornada não é feita apenas dos eventos de massa com a presença
do Papa, mas também da riqueza histórica e cultural que cada cidade sede tem a
oferecer ao mundo. Para a JMJ Rio2013 não será diferente. Representantes de
museus e centros culturais se encontraram com o Setor de Atos Culturais do Comitê
Organizador Local (COL), no dia 18 de julho, para discutir a agenda dos
peregrinos durante a Jornada.
Para o arcebispo do Rio e presidente do COL, Dom Orani João
Tempesta, este é um momento de investir na juventude, que tem muito a
oferecer à sociedade: “Falar da Jornada é falar também da questão cultural.
Nós sabemos que vamos receber jovens do mundo inteiro e é muito comum que
esses jovens que vêm à Jornada queiram voltar depois, em outras épocas de suas
vidas, proporcionando um enriquecimento cultural maior à cidade e as suas
próprias vidas”.
O cônego Marcos William Bernardo, diretor do Setor de Atos
Culturais, reforçou a importância do convite feito aos diretores de museus
para que eles se sensibilizem e entrem no clima da Jornada. “Temos propostas
de trazer exposições temporárias durante a semana em que o Papa vai estar
conosco. Vai ser uma oportunidade de os museus revelarem ao mundo um pouco da
nossa cultura, do nosso acervo, da nossa vida, da nossa história. É claro que
vai haver uma situação religiosa por trás, mas queremos, sim, mostrar o nosso
jeito de ser, a nossa cara”, afirmou.
O presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), José
do Nascimento Junior, ressaltou que a ideia é organizar uma agenda de qualidade,
jovem, poderosa e que dialogue com o que o evento suscita. “Esse é, de fato, um
evento muito maior do que o que normalmente recebemos. Nem a Copa das
Confederações ou a Copa do Mundo vão demandar tanto do circuito cultural do
Rio. Vamos apresentar o Rio, o Brasil, a jovens do mundo inteiro que têm que levar
uma boa impressão das nossas coleções.”
A programação oficial da Jornada de 2011, realizada em
Madri, na Espanha, contou com 363 atos culturais, dentre eles, exposições em
museus e palácios reais. Mesmo no período de recesso escolar, em que os
moradores costumam sair da cidade, Madri bateu recorde absoluto de público, o
que surpreendeu os centros culturais. A expectativa para a JMJ Rio2013 é
superar esses números.
Cônego Marcos destacou que é importante para o jovem
conhecer a sua identidade: “Não existe verdadeira evangelização que não passe
pela cultura. E cultura nós entendemos como o fazer do homem. Não só o belo, o
fazer artístico, o estético, mas o agir, o ver. Para essa amostragem cultural,
pensamos em atos culturais. Serão 27 palcos espalhados pela cidade, e nós
contamos com que os estados se façam representar. O jovem dificilmente se abre
para uma coisa estranha. Então, é preciso ele saber quem é, para se abrir ao
outro, a Cristo.”
O presidente do Ibram falou ainda que o momento é de alegria
para as instituições culturais: “Nós somos parceiros da Jornada Mundial da
Juventude. Os museus estão se organizando e vão receber esses jovens com muita
felicidade, com acolhimento e entusiasmados pela possibilidade de se integrarem
à programação oficial. O jovem tem se interessado cada vez mais por aspectos da
memória, e os museus são os espaços onde divulgar e difundir esse
conhecimento. O jovem sabe que não há inovação sem memória, futuro sem
memória. Se pensarmos que a Igreja Católica vive e se fortalece a partir da
memória há mais de dois mil anos, o jovem católico vai ter uma consciência
forte da programação que será oferecida”.
O representante do Museu da Rocinha e morador da comunidade
revelou que está preparando uma exposição com os registros deixados por João
Paulo II em sua visita ao Rio. “Nós estamos discutindo alguns painéis para a
Jornada, vai ser muito interessante. A reunião de hoje mostra a diversidade da
programação que poderá acontecer no ano que vem. Essa grande colcha de retalho
cultural vai dar a dimensão da diversidade que nós temos no Brasil, e a
juventude vai sair daqui mais enriquecida ainda”, disse ele.
ANDRESSA GONÇALVES
COMUNICAÇÃO JMJ RIO2013