“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz
seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de
meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi” (Jo 15, 15-16).
Assim como está no Evangelho de São João, a amizade é uma escolha, um chamado a
partilhar a vida com outro ser, por laços de afeto humanos e divinos. Para ser
amigo verdadeiro, basta amar gratuitamente, assim como Jesus, que veio ao mundo
para salvar a humanidade.
No dia 20 de julho, será celebrado o Dia Internacional da
Amizade, ocasião para reforçar laços de amizade e fazer contato com amigos de
perto e de longe. Sobre a origem da data, a história mais conhecida conta que
um dentista argentino, chamado Enrique Febbaro, escolheu a chegada do homem à
Lua, que aconteceu em 20 de julho de 1969, para realizar uma festa dedicada à
amizade, sentimento que supera fronteiras. Em 1979, a comemoração
tornou-se oficial em
Buenos Aires , capital da Argentina e foi aos poucos adotada
em outras partes do mundo.
Na esfera digital, a partilha do sentimento de amizade pode
aquecer corações. Na tela do computador ou do celular, com as distâncias
encurtadas, ouvir e ver um rosto amigo gera alegria. Mas simplesmente ter
milhões de amigos virtuais no Twitter e Facebook não preenche corações, porque
verdadeiros amigos são contados, na maioria das vezes, nos dedos de uma das
mãos.
Sempre que possível, é necessário fazer-se próximo e olhar
nos olhos de um amigo, para ver se ele realmente está bem, porque depressões e
angústias de corações solitários podem ser escondidas pelos meios digitais. O
verdadeiro amigo se preocupa e ajuda o outro a ter um sentido maior de
existência, é aquele que compartilha as tristezas e, sobretudo, as alegrias.
Assim como cantou Milton Nascimento, “é coisa pra se guardar, debaixo de sete
chaves, dentro do coração”.
CLÁUDIA BRITO
FOTO: SXC.HU