A mesa de diálogo com os líderes religiosos, que aconteceu no
dia 19 de junho, no espaço “Religiões por Direitos” da Cúpula dos Povos para a
Rio+20, no Aterro do Flamengo, reuniu representantes de diversas religiões. O
objetivo do encontro foi apresentar a visão e o compromisso de cada religião
para a preservação da natureza. O empenho comum e a união de forças para a
defesa da vida no planeta foram destacados como sendo uma “energia renovável”
que produz esperança.
“Nós temos um chão comum, que é a mãe terra. Temos um
criador, que é criador de todos. A questão ecológica nos ajuda a olhar para a
mesma direção, porque estamos todos no mesmo barco. Nesses tempos novos, temos
oportunidades novas. Somos chamados interpretar os sinais dos tempos”,
incentivou o bispo de Volta Redonda e presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), Dom Francisco Biasin.
No final do evento, foram apresentados os principais tópicos
da “Carta das Religiões – As religiões e o cuidado da terra”. O documento, que
é a conclusão e o compromisso comum da mesa de diálogo, reafirma o valor da
vida de cada pessoa, independentemente de sua condição social, religiosa e
cultural. A carta ressalta a importância do respeito à dignidade do ser humano,
que deve estar sempre acima de todos os interesses econômicos.
“Nosso compromisso deve ajudar a humanidade a não apenas
sobreviver, mas deixar para as futuras gerações um mundo melhor. A criação é a
primeira manifestação da bondade e da beleza do criador, poderíamos também
dizer que é o primeiro sacramento, sinal do amor providente de Deus pelas
criaturas. Na terra aconteceu a aliança entre Deus e a humanidade e com todos
os seres criados. O Senhor acompanha a sua criação e a partir dela faz ouvir a
sua voz; portanto, Deus continua nos visitando e sustenta toda a criação”,
afirmou Dom Biasin.
CLÁUDIA BRITO
FOTO: CARLOS MOIOLI