sexta-feira, 29 de junho de 2012

Compromisso com a vida



É urgente evitar o desperdício de tempo. Esse foi o consenso des­tacado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvi­mento Sustentável – Rio+20, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho, no Riocentro. Durante o en­contro, chefes de estado e lideran­ças de todo o mundo recordaram que, para evitar a escassez dos bens naturais e a garantir a sobrevida no planeta, medidas emergenciais não podem mais ser adiadas, e que compromissos firmados devem ser cumpridos.
Diante de inúmeras ações a serem realizadas pelas nações, a Igreja Católica defende que a eco­logia humana precisa ter primazia. Porque a preservação da vida, in­dependentemente de classe social, raça e religião, é a medida mais importante e deve ser colocada acima de interesses particulares e econômicos, para um verdadeiro desenvolvimento sustentável.
“Chegou a hora da ação. Não temos como esperar que nossos filhos e netos façam alguma coisa na Rio+40. É preciso pensar além dos interesses particulares. Mais do que secretário geral, eu sou pai e avô, e quero um mundo onde todos possam trabalhar, respirar e se alimentar”, disse o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, na conferência de abertura, no dia 20 de junho.
No mesmo dia, citando a Rio 92, que aconteceu há 20 anos, a presidente Dilma Rousseff, destacou que entre os princípios estabelecidos na época, a erradicação da pobreza foi considerada um requisito indispensável da ação política.
“O compromisso com a vida e com o bem estar das pessoas, que será concretizado com o de­senvolvimento sustentável, pode ser traduzido em três palavras: prever, incluir e proteger. Não temos dúvida de que o tempo é o recurso de maior escassez”, afirmou a presidente.
Mesmo com críticas e insatis­fações, a Rio+20 conseguiu trazer para a mesa de debates a neces­sidade da preservação do meio ambiente. As soluções dependem de grandes mudanças, feitas a partir de recursos financeiros e investimentos governamentais, especialmente, para diminuir a emissão de gases poluentes. Mas também dependem de pequenas atitudes feitas em casa, através de gestos simples como fechar a tor­neira, apagar a luz, plantar árvores e reciclar o lixo.
Nos encontros paralelos, que reuniram pessoas de diversos setores da sociedade na Cúpula dos Povos, no Parque dos Atletas e em diversos pavilhões do Rio­centro, uma consciência coletiva e ecológica imperava: todos podem e devem fazer a sua parte. Mas, para que a mudança de hábitos não seja apenas um modismo passageiro, é essencial buscar um novo jeito de se relacionar com a natureza, e aprender com o exemplo das árvores, que utilizam apenas o necessário para viver e conseguem permanecer verdes.

CLÁUDIA BRITO
FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM / ABR