É urgente evitar o desperdício de tempo. Esse foi o consenso
destacado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável – Rio+20, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho, no
Riocentro. Durante o encontro, chefes de estado e lideranças de todo o mundo
recordaram que, para evitar a escassez dos bens naturais e a garantir a
sobrevida no planeta, medidas emergenciais não podem mais ser adiadas, e que
compromissos firmados devem ser cumpridos.
Diante de inúmeras ações a serem realizadas pelas nações, a
Igreja Católica defende que a ecologia humana precisa ter primazia. Porque a
preservação da vida, independentemente de classe social, raça e religião, é a
medida mais importante e deve ser colocada acima de interesses particulares e
econômicos, para um verdadeiro desenvolvimento sustentável.
“Chegou a hora da ação. Não temos como esperar que nossos
filhos e netos façam alguma coisa na Rio+40. É preciso pensar além dos
interesses particulares. Mais do que secretário geral, eu sou pai e avô, e
quero um mundo onde todos possam trabalhar, respirar e se alimentar”, disse o
secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, na conferência de abertura, no dia 20 de
junho.
No mesmo dia, citando a Rio 92, que aconteceu há 20 anos, a
presidente Dilma Rousseff, destacou que entre os princípios estabelecidos na
época, a erradicação da pobreza foi considerada um requisito indispensável da
ação política.
“O compromisso com a vida e com o bem estar das pessoas, que
será concretizado com o desenvolvimento sustentável, pode ser traduzido em
três palavras: prever, incluir e proteger. Não temos dúvida de que o tempo é o
recurso de maior escassez”, afirmou a presidente.
Mesmo com críticas e insatisfações, a Rio+20 conseguiu
trazer para a mesa de debates a necessidade da preservação do meio ambiente.
As soluções dependem de grandes mudanças, feitas a partir de recursos
financeiros e investimentos governamentais, especialmente, para diminuir a
emissão de gases poluentes. Mas também dependem de pequenas atitudes feitas em
casa, através de gestos simples como fechar a torneira, apagar a luz, plantar
árvores e reciclar o lixo.
Nos encontros paralelos, que reuniram pessoas de diversos
setores da sociedade na Cúpula dos Povos, no Parque dos Atletas e em diversos
pavilhões do Riocentro, uma consciência coletiva e ecológica imperava: todos
podem e devem fazer a sua parte. Mas, para que a mudança de hábitos não seja
apenas um modismo passageiro, é essencial buscar um novo jeito de se relacionar
com a natureza, e aprender com o exemplo das árvores, que utilizam apenas o
necessário para viver e conseguem permanecer verdes.
CLÁUDIA BRITO
FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM / ABR