segunda-feira, 14 de abril de 2014

Jovens católicos tomam as ruas do Alemão na JDJ 2014

A tarde clara e quente deste sábado, dia 12 de abril, foi ainda mais brilhante com o sorriso e quente com a calorosa alegria de mais de mil jovens que celebraram a Jornada Diocesana da Juventude no bairro de Inhaúma, no Complexo do Alemão.
Jovens das paróquias, movimentos, novas comunidades, congregações e pastorais da juventude fizeram uma concentração na Praça de Inhaúma, em frente à Paróquia São Tiago, para a b
ênção dos Ramos, antes de saírem em procissão pelas ruas do bairro. A missa foi presidida pelo bispo de Valença e referencial da juventude no Regional Leste 1 da CNBB, Dom Nelson Francelino, e contou com a presença de padres e seminaristas da Arquidiocese do Rio.
Dom Roberto Lopes, vigário episcopal para a Vida Consagrada e delegado para a Causa dos Santos, também esteve presente e apresentou uma relíquia do beato João Paulo II, com um pouco do seu sangue e, em seu relicário, um pedaço da lápide do futuro santo. A relíquia é um presente do Vaticano para que acompanhe os trabalhos relacionados a juventude da Arquidiocese, a começar pela presença na JDJ 2014.
Uma juventude que vai, sem medo, para servir
Para Dom Nelson, a realização do evento só reforça vários aspectos que a juventude carioca vive como Igreja. Neles se misturam a experiência da JMJ Rio2013, o chamado ao discipulado missionário, as provocações e os desafios do tema da Campanha da Fraternidade desse ano, sobre o tráfico humano, e o Ano da Caridade proposto aos católicos do Rio, tudo isso numa verdadeira cultura do encontro.
“Nas periferias, sejam elas geográficas ou existenciais, é onde está o grito, o medo, a ameaça. Eu creio que a juventude toda aqui neste espaço se torna um belo sinal profético de uma Igreja que vai entrando com muita felicidade e de modo muito destemido nessa nova era de sair ao encontro de todos”, destacou Dom Nelson, que foi bispo auxiliar da Arquidiocese antes de assumir a Igreja de Valença, no último dia 5.
O responsável pelo Setor Juventude arquidiocesano, padre Jorge Carreira,  acredita que a celebração da Jornada Diocesana da Juventude é uma forma de reviver a experiência da JMJ Rio2013 na realidade da Igreja do Rio de Janeiro que, mais que um evento, foi um momento de comunhão e testemunho de fé.
“Para ser feliz, para ser santo, para fazer a vontade de Deus, temos que ir aonde Jesus está. E Ele está com aquele que é necessitado, com o pobre, com aquele que sofre perseguição e violência, aquele que é esquecido pela sociedade. Então, se o Domingo de Ramos é Jesus vindo até nós, entrando em Jerusalém para nos salvar, os jovens cariocas foram convidados a irem até Jesus, a encontra-lo no Complexo do Alemão”, afirmou padre Jorge.
Testemunho que impacta
Desde a concentração na praça, passando pela procissão e a celebração da missa no Campo do Evereste, olhos curiosos e emocionados seguiam os jovens.
temp_title13_04_2014_11_26_12_13042014112724A moradora Maria Aparecida Rangel Dias, de 56 anos, acompanhava da calcada a movimentação com sua mãe, Antonieta Rangel Dias, de 86. Da sua casa ouviram a animação do trio elétrico e saíram para ver o que estava acontecendo. Quando souberam que era uma procissão da Igreja Católica nem a cadeira de rodas de Antonieta impediu que pudesse ser testemunha do bonito evento.  “É maravilhoso ver jovens assim, alegres, sem medo de falar em que acreditam. É muito bonito”, repetia quando foi interrompida por um jovem seminarista. Ele trazia um ramo e um sorriso para a senhora que retribuiu o gesto com a emoção de um “obrigada”.
Segundo o padre Julio César Lopes de Sousa, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, é para viver essas experiências que muitos superaram as dificuldades surgidas na semana para até o Morro do Alemão, algo não próprio dos jovens participantes, mas também dos moradores da comunidade. “Também toda a comunidade saiu de suas casas, que não mais se fecha a violência e  ao medo. Acho que nós, como peregrinos aqui nesse mundo, estamos sempre caminhando  e levando Jesus Cristo. Muitas pessoas saíram de sua ‘terra e foram até o Complexo do Alemão. E o Complexo do Alemão também sai um pouco de si para acolher a todas essas pessoas˜, testemunhou.
Fabíola Goulart