O dia 25 de março seria só mais um dia do ano
2013 se não existisse no Brasil e no mundo a presença triste e malévola da
cultura da morte, que gera ondas de violência contra crianças ainda no seio
materno, contra jovens através das drogas, do álcool, que leva a ataques
constantes à dignidade humana, que lesa a população privando-a dos recursos
públicos básicos na área da saúde e que abandona muitos idosos e enfermos no
final de suas vidas.
Essa jornada convida a
todo o povo católico para uma reflexão mais séria e para ter muitas
iniciativas, pessoais e públicas, que revelem um desejo dos brasileiros para o
nosso país: Sim à Vida, Não à Morte!
A fim de facilitar tal
ponderação e para inspirar tais iniciativas, proponho os seguintes itens:
Perguntemo-nos: que
podemos fazer em favor de famílias, especialmente daquelas que têm pessoas
passando dificuldades econômicas, que sofrem com os jovens enveredando pelo
caminho do álcool e das drogas, que se enganam com a propaganda do sexo
“seguro” e permissivo?
A resposta é somente
uma e, atualmente, não dá mais para esperar outra.
Defender e promover a
vida humana desde a sua concepção até seu término natural, construindo, assim,
a família sobre a base sólida do amor-doação e do afeto profundo entre
pais e filhos.
A construção da cultura
da vida reclama das instituições públicas uma política educacional que
considere sobretudo a aberta e reta formação para os valores humanos, entre os
quais encontra-se a religião, elo essencial entre o Criador da vida e as
criaturas vivas.
Não se constrói, nem se
promove, nem se defende e nem se valoriza a vida humana sem o senso religioso
presente na educação das crianças e da juventude.
Uma escola sem Deus é
uma escola contra a vida dessas novas gerações, já tão impactadas pela
violência dos video games, dos filmes e da violência dentro da própria casa e pelas ruas por onde elas andam.
O que podemos fazer em
favor da educação infantil, juvenil e universitária para que todos tenham a
consciência de que só existe paz e ordem pública onde há o devido respeito ao
semelhante e à natureza viva?
Não basta denunciar os
males públicos. Estamos na hora de anunciar os valores que preservam a
humanidade e o seu bem maior: a pessoa humana educada.
A construção da cultura
da vida pede ao povo brasileiro que use todos seus direitos e deveres políticos
para conscientizar aos seus governantes, aos seus legisladores, aos seus
magistrados e desembargadores, que o favorecimento da cultura da morte é um
grave atentado não só à vida, mas à democracia que eles tanto pregam e
defendem.
Leis, decretos e
liminares feitos com o único objetivo de matar crianças em gestação, sobretudo
se elas sofrem de doenças incuráveis, anestesiam a mentalidade do povo, e este
acaba sendo cada vez mais insensível ao bem do próximo.
O que podemos fazer
para acompanhar mais de perto aqueles representantes do povo, eleitos num clima
de democracia, para que eles sejam, de verdade, promotores da vida humana e
defensores da vida da natureza?
Pensemos agora – não na
época eleitoral – como podemos influenciar os nossos vereadores, deputados,
prefeitos, governadores nas suas atuações política, dando-lhes informações mais
científicas e mais verdadeiras sobre a pessoa humana e seus bens vitais, para
que ela seja defendida e protegida contra os que só querem “roubar” a sua
dignidade humana, contra os que só querem impedir que histórias de tantos bebês
sejam escritas com suas vidas num livro que será lido pelas futuras gerações.
Constrói a cultura da
vida quem tem presente que um dia todos iremos comparecer diante do Criador do
Universo, e teremos que prestar contas da “árvore da vida” que nos coube cuidar
e de quem se espera frutos abundantes.
Sem a consciência do
juízo divino não se promove, nem se defende, nem se valoriza, nem se legisla,
nem se julga, nem se atua com dignidade sobre a saúde do próximo, nem se protege
o moribundo, nem se abre à maternidade e à fraternidade, nem se vive e nem se
goza da vida, se tudo é abortado com a morte.
A cultura da vida é uma
cultura que nasce da fé no Criador, no Redentor e no Juiz da História dos
homens e das mulheres que fazem parte de um mundo realmente justo, solidário,
pacífico, realmente humano.
Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro
Dom Antonio
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