segunda-feira, 23 de julho de 2012

Uma herança pautada na humildade e no amor à Igreja



No dia 7 de outubro de 2003, quando estava prestes a comple­tar 84 anos, o Cardeal Dom Eu­genio de Araujo Sales escreveu seu testamento particular.
Fiel à Igreja, ao Papa e aos fiéis, Dom Eugenio Sales ma­nifestou no documento sua eterna gratidão à família, às arquidioceses por onde passou e aos benfeitores que o ajuda­ram. Além disso, em um grande gesto de humildade, pediu per­dão a quem por ventura tenha ofendido, ressaltando que pro­curou reparar esses sofrimentos através de suas orações. Leia trechos do documento:
“Dirijo-me em primeiro lugar a Deus, a quem me en­trego inteira e absolutamente. Consagrei-me à Igreja e renovo essa doação integral. Nunca me arrependi de tê-la feito. Tudo que escrevi, disse e ensinei fica submetido ao magistério eclesi­ástico. Deverá ser corrigido, em caso de discrepância da minha parte. Reafirmo minha fé cató­lica. Creio em tudo que a Igreja ensina e como ela o ensina. Proclamo a plena aceitação do Mistério da Trindade, da En­carnação, Redenção e demais, que são parte do conteúdo de nossa Doutrina. Quero morrer sempre fiel ao Papa, sucessor de Pedro. Não levo mágoas. Peço perdão a quem ofendi. Procu­rarei reparar os sofrimentos com minhas orações. Aceito plenamente a vontade de Deus. Manifesto profunda gratidão à minha família, às arquidioceses de Natal, Salvador e Rio de Ja­neiro. Aos benfeitores que me ajudaram a procurar ser sempre um bom padre e bispo. No céu, onde espero ser acolhido por meu Pai, o Senhor Jesus e Ma­ria, procurarei retribuir tudo o que recebi”.

RAPHAEL FREIRE
PUBLICADO ORIGINALMENTE NO PORTAL DA ARQUIDIOCESE DO RIO
FOTO: ARQUIVO TF