terça-feira, 24 de julho de 2012

Ser santos é a maior aventura nos dias de hoje

* Meditação da manhã do dia 11 de julho, realizada pelo bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, durante a Missão Thalita Kum no Rio de Janeiro.

Primeiro de tudo quero agradecê-los em nome de Deus e em nome de nossa arquidiocese por se disporem a vir nesta missão. Quando fazemos coisas para a igreja, vamos passando e dando frutos...
Para a catequese costumamos ver várias “historinhas”, mas que não são apenas para as crianças, são histórias que podem nos ajudar muito, como a história dos dois baldes, um feito perfeito, forte, e o outro todo torto, furado. O dono dos baldes enchia os dois todos os dias para levar e regar a horta, um deles chegava cheio na horta e o outro chegava completamente vazio. O balde perfeito então começou a zombar do outro dizendo coisas como “você não serve para nada, nem para regar uma horta”, “você é imprestável”, e o balde amassado, furado, velho, calado não dizia nada. Um dia, porém, o dono dos baldes, vendo o balde furado triste lhe disse: “Você já observou o caminho que percorremos da horta até o poço? Ele está cheio de flores que você vem regando pelo caminho. O balde novo pode regar a horta, mas você rega todas essas sementes pelo caminho, se não fosse você, elas teriam sido pisadas e mortas.”
 Essa historinha tem uma raiz evangélica, fala das sementes do Reino lançadas no mundo, e esse balde torto furado somos nós, que regamos as sementes que Deus está lançando em terras tão diferentes. Em solo pedregoso, a beira do caminho, em terra boa, etc.
Que tipo de terra eu sou? Que tipo de pessoa eu sou? É bom que minha vida esteja bem cuidada. Temos que ser constantes em viver aquilo que um dia Deus começou em nós.
São Paulo viveu uma experiência particular, ele respirava ódio contra Jesus Cristo, matava e prendia as pessoas, e foi  justamente ele que Jesus foi procurar para ser Seu apóstolo. Paulo mesmo dizia: “Aquele que começou a obra em mim, haverá de terminá-la”. Cada um de nós somos obras do amor de Deus. Deus começou a obra da criação e depois começou a obra da Santificação. Ele nos quer santos.
O que a Igreja espera de vocês? Santidade... O que vocês devem esperar da Igreja? Uma Igreja que os ajude na busca pela santidade!
Isso é o que levou João Paulo II a tomar a iniciativa de começar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que disseram que não daria certo. Depois de alguns encontros com os jovens de Roma decidiu fazer isso com todo o mundo, lhe diziam.. “Isso não vai dar certo” “os jovens não querem mais saber da Igreja”, mas ele foi um Papa que acreditou na juventude! Por isso hoje podemos ter esta certeza, os jovens esperam da Igreja os meios para ser santos. Os jovens querem ser santos!
Quando fomos pensar nos intercessores para a JMJ Rio2013 quisemos pensar em santos jovens, e descobrimos, por exemplo, o beato Isidoro Bakanja, da África, que foi mártir pelo escapulário, depois tanto outros jovens santos. É isso que a Igreja espera dos jovens, o desejo de santidade e a perseverança no caminho de santificação. São os santos que modificam o mundo, não os poderosos!
João Paulo II veio para nos mostrar que a santidade é algo possível.
Muitas coisas mudam após a JMJ. Na Espanha por exemplo, nas Igrejas que tiveram adoração ao santíssimo durante a Jornada, após o evento os jovens estão pedindo aos padres de manterem as igrejas com adoração ao santíssimo, e as igrejas estão se enchendo de jovens novamente.
A primeira conclusão, do primeiro discurso de cristo, o sermão da montanha é sede perfeitos como vosso Pai é perfeito, sede santos como vosso Pai é Santo. Por onde passamos, fica a água, e a semente germina.
Quando pensamos no século XIII em quem pensamos? Em São Francisco! Mas e os reis e rainhas daquela época? Por que não lembramos deles? Os santos é quem são lembrados. Muitos lembram de Napoleão, mas naquela época nasceu uma pessoa simples, chamado ao exercito de Napoleão fugiu, pois não queria matar ninguém. Ao ver muitas pessoas escondidas e perseguidas por celebrarem a missa, decidiu se tornar padre para ajudá-las. Hoje o conhecemos como Cura d’Ars, patrono dos sacerdotes e patrono da confissão, que trabalhava muito para reconciliar as pessoas com Deus, e é lembrado por todos.
Os sacerdotes se santificam não somente pelos sacramentos santos, mas eles se santificam quando procuram realizar bem todas as suas funções, inclusive a pregação. Não podemos ter medo de corrigir um padre caso ele fale ou faça algo de errado. Podemos ajudar muito os padres e os bispos a serem exemplos de santidade para nós. Jesus aprendeu de Maria e de José muita coisa para o cumprimento de Sua missão. Essa troca de experiências é bela.
Temos o direito de esperar da Igreja exemplos de santidade, isso disse Bento XVI na JMJ de Sidney.
Essa é a missão da JMJ, provocar um Tsunami de santidade no mundo. Sejam constantes na formação que a Igreja quer dar a vocês, no trabalho e na busca da santidade, isso é o mais importante de tudo. Mas lembrem-se, somos baldes furados, Deus conta conosco para regar aquelas sementes pelo caminho para que se tornem lindas flores. Sejamos constantes nas graças que já recebemos de Deus.
Querer ser santos! Essa é a aventura mais emocionante que podemos ter em nossas vidas.