sexta-feira, 4 de maio de 2012

Além das Fronteiras



“Muita coisa mudou depois que fiz o curso profissionalizante do Projeto Além das Fronteiras. Nele, eu aprendi a falar, a escrever melhor e a ter responsabilidade”, afirmou Talita Nóbrega, de 16 anos, que participa das oficinas do projeto de inclusão social desenvolvido pela Pastoral do Menor da Arquidiocese do Rio de Janeiro, patrocinado pelo Programa Petrobrás, Desenvolvimento e Cidadania.
A jovem Talita realizou os cursos de auxiliar de gabinete odontológico, de cabeleleira e manicure numa unidade militar localizada em Triagem. Para ela, esses cursos foram uma oportunidade de contato com o mercado de trabalho e também pode ser para outros jovens.
“Foi um ótimo início para mim. Hoje, eu estou querendo me formar em dentista. Recomendo para todas as meninas e todos os meninos”, frisou.
O projeto visa à inclusão social de adolescentes por meio de diversos tipos de atividades, como cursos profissionalizantes, desenvolvidos em unidades militares parceiras. Os participantes do programa são atendidos pelos 22 pólos da pastoral, que abrangem 102 comunidades em toda a cidade do Rio de Janeiro. O Além das Fronteiras oferece atividades esportivas, oficinas profissionalizantes e oficinas temáticas.
A assistente social do Projeto Moíra Gomes realiza, de forma lúdica, grupos temáticos de acordo com a idade e escolaridade de cada adolescente. Entre os temas que percorrem o cotidiano dos jovens, estão: desigualdade social, direitos humanos, trabalho infantil e a Lei da Aprendizagem.
“O espaço que cada um tem para opinar e refletir é de grande valor. Essas discussões vão além das paredes e dos muros das unidades militares. Eles projetam, levam para a escola, para a família e trazem ainda novas informações, através da troca de ideias, de opiniões e da construção de novos valores”, destacou.
A psicóloga Sandra Fonseca, que integra a equipe, afirmou que o Além das Fronteiras também ajuda muito as famílias dos adolescentes.
“Nos encontros com os responsáveis, tratamos de temas que perpassam a convivência familiar e comunitária, como a violência doméstica, a questão das drogas e a criação e educação dos filhos. Abordamos esses assuntos de forma que esses pais possam repensar suas práticas dentro da educação de seus filhos”, disse.
De acordo com Sandra, quando surge alguma demanda nestes grupos, são realizados atendimentos particulares com os pais, onde é feito um trabalho de equipe visando o bem-estar das pessoas, para melhorar a convivência familiar e comunitária.
A psicóloga e professora Maria Escócia ministra as aulas do módulo de Ética, Consumo e Cidadania para os jovens, na Pastoral do Menor, que faz parte da formação técnico-profissional em auxiliar de escritório do Programa de Aprendizagem da pastoral. Segundo ela, os alunos gostam muito das aulas e participam bastante porque elas possuem uma parte teórica e outra parte prática em que acontecem dinâmicas e debates.
“Nós apresentamos vídeos e fazemos dinâmicas com eles para que também tenham esse conhecimento para participar do mercado de trabalho. Fazemos a temática, mas eles também podem trazer. Tentamos interagir com eles em seu dia-a-dia para colocarmos, hoje, o que é necessário num ambiente de trabalho, como a postura e a diferenciação”, explicou.
Segundo a agente da Pastoral do Menor Sandra Ribeiro, que trabalha diretamente com os adolescentes no bairro de Paciência e adjacências, o Projeto Além das Fronteiras é importante para esses jovens e seus pais porque desenvolve muito a cidadania desses adolescentes.
“As capacitações que nós fazemos envolvem várias situações, desde a aprendizagem de informática até o cuidado com os jovens, ou seja, com os menores com problemas com a sociedade. A importância desse programa é muito grande também para as mães. Elas estão muito felizes e cada vez o programa cresce mais”, destacou.
O tenente da Marinha, Carlos Henrique Aveiro, dá aulas de Educação Física no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), iniciando os jovens em atividades esportivas. De acordo com ele, não há, inicialmente, a perspectiva de os jovens que chegam ao projeto tornarem-se atletas profissionais, porém vários talentos já foram descobertos.
“O projeto não tem um cunho de alto rendimento. Mas, aqui no CEFAN, como existem profissionais de várias áreas de esportes, a gente faz essa parceria de iniciar atletas nessas modalidades e acaba descobrindo talentos. A partir disso, a gente consegue tirar atletas campeões que já foram até para campeonatos internacionais”, ressaltou.
Segundo a coordenadora do projeto, Anna Gabriela Candido, os participantes do Além das Fronteiras, que apresentam um bom desempenho, têm a oportunidade de participar do processo seletivo do Programa de Aprendizagem. “São oferecidas vagas para aprendizes, que são contratados por empresas conveniadas a Pastoral do Menor”, afirmou.
Informações sobre o Projeto Além das Fronteiras: (21) 2292-3132 ramal: 333 e pelo site www.pastoraldomenorrj.org.br.


RENATO FRANCISCO
FOTO: DIVULGAÇÃO