terça-feira, 17 de abril de 2012

O bom pastor dá a vida por suas ovelhas



Quem é capaz de dar a vida pelo rebanho? A resposta a esse questionamento se encontra no Evangelho de São João, capítulo 10, versículos de 11 a 15: o bom pastor. Só o bom pastor dá a vida por suas ovelhas. "O mercenário (empregado), que não é pastor, quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e sai correndo. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. O empregado foge porque trabalha só por dinheiro e não se importa com as ovelhas".
O beato João Paulo II, na homilia da 34ª Jornada de Orações pelas Vocações, celebrada no dia 20 de março de 1997, afirmou que esse texto de João "constitui uma síntese sugestiva da teologia do sacerdócio de Cristo e do sacerdócio ministerial".
O Bom Pastor, frisou João Paulo II, no exercício de seu ministério "dá a vida guiando o povo cristão rumo à salvação". Deve imitar a Cristo, tornando-se Sua testemunha corajosa, ministro incansável do Seu Evangelho.
Ordenado bispo no dia 25 de março de 1997, exatamente cinco dias após essa homilia ter sido proferida, Dom Orani é para o seu rebanho a imagem desse pastor, que esvazia-se de si mesmo e doa toda a sua vida no ministério que exerce.
Convicto do amor de Deus por todos os homens, não se omite diante das ameaças à vida e à liberdade. Consciente das fragilidades humanas do nosso tempo e dos grandes sofrimentos que atingem os mais pobres, escuta a todos e a todos presta a sua solidariedade. Não há quem se aproxime dele sem encontrar uma palavra e um gesto de acolhimento, um olhar afetuoso, um abraço de conforto, ou uma orientação espiritual.
Entre tantas outras iniciativas, quem não se lembra da vigília de oração que presidiu na Capela do Edifício João Paulo II, sede do governo arquidiocesano, na véspera da operação policial que ocupou as comunidades do Complexo do Alemão? Na ocasião, convocou todas as paróquias da arquidiocese a fazerem o mesmo: um forte clamor pela paz e oração pelas famílias que residem naquela região.
Também há um ano realizou um incansável trabalho em prol das comunidades atingidas pelas chuvas na Região Serrana, com arrecadação de doações em espécie, mantimentos, roupas e envio de missionários para a Diocese de Nova Friburgo.
O mesmo sentimento moveu a sua ação quando soube do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. Parou todo o seu trabalho no gabinete episcopal, cancelou os seus compromissos e imediatamente se dirigiu ao local para acolher as famílias vítimas daquela tragédia.
"A nossa atividade obriga-nos a estar perto dos homens e de seus problemas, tanto pessoais quanto familiares e sociais. Mas, estarmos perto como sacerdotes, mantendo a nossa identidade de homens de Deus, sempre fiéis à nossa vocação. É assim que as pessoas querem e precisam nos ver: como servos da Palavra de Deus e homens de oração a serviço da humanidade para a sua salvação", afirmou o arcebispo do Rio em sua mensagem para a Quinta-Feira Santa deste ano.


ANDRÉIA GRIPP

FOTO: GUSTAVO DE OLIVEIRA