sexta-feira, 15 de julho de 2011

"Comunicar passou a ser a própria forma de subsistir"


Logo após a celebração da Santa Missa, no dia 13 de julho, os participantes do encontro trabalharam os temas “Processos e Meios: uma introdução ao fenômeno da comunicação”, com o professor Elson Faxina, da Universidade Federal do Paraná, e “Evolução dos modelos da comunicação e a construção dos sentidos”, com o professor Mauro Wilton de Souza, da Escola de Comunicação e Arte (ECA/USP – São Paulo). As reflexões foram mediadas pela mestra e jornalista Maria da Luz Fernandes. Em seguida, o assunto foi debatido pelos bispos.

Os professores deram ênfase ao fato de que a comunicação é, antes de tudo, um processo social. De acordo com eles, é preciso compreender a sociedade em que se vive, pois não dá pra falar de comunicação sem que se situe o indivíduo historicamente.

As abordagens revelaram que a sociedade está diante de um novo paradigma, o ciberespaço: onde não há mais a verticalização do emissor, porque todo receptor é emissor também. De acordo com os conferencistas, essa nova realidade social demanda uma necessidade de conexão com o virtual para que se esteja em contato com os indivíduos.

A abrangência comunicacional que o celular proporciona foi destacada, e as redes sociais também foram especialmente citadas como aquelas que resgatam o conceito de comunidade, as novas formas contemporâneas do estar junto, que, hoje, acontecem virtualmente.




Delegada da Polícia Civil fala para bispos no Secobb


Durante a tarde, os bispos abordaram o tema "Cibercultura, redes sociais e crimes na internet", ministrado pela delegada da Polícia Civil, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, Helen Sardenberg.

O objetivo da palestra foi mostrar para os bispos como funciona e quais são as práticas mais recorrentes de crimes pela internet. Além disso, a apresentação também foi pautada no serviço prestado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, que, segundo a delegada, poucas pessoas conhecem.

Em sua apresentação, Helen Sardenberg disse que todos os crimes recorrentes do dia a dia podem ser realizados pela internet, e que não existe uma prática única e específica de delito pela rede. Segundo a delegada, os crimes mais frequentes são contra a honra, calúnia, difamação e injúria.

A delegada trouxe ainda outras questões importantes para a reflexão dos bispos, como por exemplo, se a era tecnológica é também a era da insegurança, expondo que a prevenção contra os crimes é de responsabilidade de todos: dos pais, educadores, da iniciativa privada e do poder público.

Após a apresentação, os bispos se dividiram em grupos para refletir como poderiam estar mostrando aos sacerdotes a importância de se trabalhar os valores e a ética no mundo da cibercultura e das redes sociais, contribuindo, assim, para a redução de crimes pela internet, e confirmando a unidade da Igreja no Brasil com o Vaticano, acolhendo e assumindo como missão o que já pedia o Papa Bento XVI em sua carta “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”.

Reportagem: Leanna Scal, Nice Affonso e Raphael Freire

Publicado originalmente no site da Arquidiocese do Rio nos dias12 e 13 de 2011