domingo, 28 de novembro de 2010

Uma vigília em clamor pela paz no Rio


“O Senhor vem para nós! Ele é a razão de nossa alegria e de nossa esperança! Ele é a nossa paz!”

A Arquidiocese do Rio teve uma presença marcante esta semana na busca da paz e na reconquista da esperança no Rio de Janeiro. Desde que se iniciaram as ações violentas na cidade, a Igreja realiza um grande clamor pela paz e leva a toda população uma mensagem de esperança: “Deus ouve o clamor do seu povo. Não temam, Cristo venceu. A paz é possível”.
Na noite do dia 27 de novembro, véspera do primeiro Domingo do Advento, o Arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, presidiu uma vigília pela paz e pela vida, das 22h à meia noite, concelebrada pelo Monsenhor Vital Francisco Bandão Cavalcanti, na capela do Edifício João Paulo II, sede do governo arquidiocesano.
Com a participação de 70 pessoas, entre seminaristas, religiosas, padres e membros das comunidades Shalom e Pequeno Rebanho, a Vigília foi transmitida ao vivo pela Rádio Catedral FM e pelo Portal da Arquidiocese. A transmissão foi acompanhada pelos fiéis em toda a cidade do Rio e em outros municípios, que unidos a Dom Orani clamaram a Deus pela paz e pelo conforto às famílias atingidas pela violência.
Ao final desse momento inicial, jovens do Projeto Juventude da Comunidade Shalom permaneceram em vigília na capela até as 6h, continuando a intercessão pela paz e pela vida. Os fiéis também puderam acompanhar essa madrugada de oração e rezar em suas casas, através das ondas da Rádio Catedral 106,7 FM.

Pela vida nascente
Entre as intenções dessa vigília estava uma especial oração pela vida nascente. Dom Orani atendeu ao pedido do Papa Bento XVI aos bispos de todo o mundo, para que estivessem unidos a ele em oração pela vida humana. O Pontífice presidiu as Primeiras Vésperas do Advento e uma vigília de oração, na Basílica de São Pedro.

União com os que sofrem
Ao iniciar a vigília e em sua homilia, Dom Orani falou de amor, de esperança, de testemunho de vida, de compromisso com a paz, com a fraternidade, com a vivência e a transmissão de valores cristãos.
O Arcebispo também lembrou que em todos os locais atingidos pela violência a Igreja é uma presença de esperança, com seus trabalhos pastorais e sociais, mas especialmente, pelo testemunho de vida dos padres, religiosos e fiéis que a elas se dedicam.
“Ao rezarmos, nós também nos comprometemos a trabalhar para que a paz aconteça nos corações e nas comunidades. Nos comprometemos a ser presença de Deus, ser fermento, sal e luz na nossa sociedade. É um convite a um comprometimento maior de todos os cristãos católicos, para que vivam com alegria, entusiasmo e coerência a sua fé. Convido a todos para que nos unamos, nas várias situações”, pontuou.
Segundo Dom Orani, ao se rezar pela paz e pela vida, se deve ter o olhar fixo na missão, que é um serviço ao homem na história, no tempo que é dado a cada um viver. O cristão católico, afirmou, é incorrigível, porque é alguém que sempre tem esperança, por maiores que sejam os problemas históricos, culturais e geográficos. "Isto porque a sua esperança é o Cristo ressuscitado."
O Arcebispo também recordou e rezou por todas as autoridades envolvidas e comprometidas com a segurança pública, para que tomem decisões acertadas para que cesse a violência no Estado.

Experiência de fé
Diogo Victor Rocha, missionário da comunidade de vida e coordenador do Projeto Juventude da Comunidade Católica Shalom, falou do sentimento dos jovens em participar desse momento de intercessão: “Ter vivido essa vigília até as 6h foi uma experiência da Providência Divina. Somos gratos a Deus por poder atender a um apelo da Igreja e através de nossas orações, unidos com o nosso Arcebispo, sermos um com o homem que sofre. Como disse Jesus, 'somos servos inúteis, não fizemos mais do que devíamos fazer’, mas Deus se utiliza de nossa pequenez para realizar a sua obra. Somos gratos a Ele, por nos dar uma oportunidade de sermos Igreja e construirmos a Igreja através de uma ação concreta.”
A jovem Gisele dos Santos Barbosa, complementa: “Vivemos nessa adoração uma experiência de renovação da alegria, da esperança e da fé. Não sinto mais medo, mas esperança de que a paz voltará a reinar no Rio de Janeiro”.