quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Monges se despedem de Dom Odilão Belo


Na madrugada do dia 9 de novembro, faleceu na enfermaria do Mosteiro de São Bento, aos 92 anos de idade, Dom Odilão Bello Borba Moura, monge que dedicou a sua vida ao estudo do tomismo no Brasil. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Filosofia, ocupante da cadeira 32, Dom Odilão teve uma vida ativa, com muita dedicação e empenho ao apostolado e a vida acadêmica.
Natural de Lorena, em São Paulo, desde cedo Dom Odilão já participava da comunidade eclesial. O pai, José de Borba Moura, era muito católico e essa convivência, certamente, influenciou a formação e devoção do filho por Santa Teresinha do Menino Jesus. A casa da família também costumava ser frequentada por vários sacerdotes.
Antes de iniciar sua vida no Mosteiro de São Bento, Telmo Bello de Borba Moura (seu nome de batismo) passou pelos cursos de Medicina e de Direito. Mas, as duas tentativas mostraram que sua vocação, realmente, era outra. Foi, então, que ele se mudou para o Rio de Janeiro e ingressou no Mosteiro de São Bento, aos 20 anos de idade.
A ordenação sacerdotal de Dom Odilão aconteceu em 3 de dezembro de 1944, e foi na festa da Imaculada Conceição, no mesmo ano, que celebrou sua primeira missa. O início de suas atividades apostólicas foi na Cidade dos Meninos, uma iniciativa da Fundação Abrigo Cristo Redentor, criada por Darcy Vargas. No local permaneceu por cerca de 15 anos atuando junto aos menores assistidos pela instituição.
Após ter deixado o trabalho na Casa dos Meninos, Dom Odilão começou sua atividade acadêmica dando aulas na PUC-Rio e na Universidade Santa Úrsula, nas cadeiras de Filosofia e Teologia. Na PUC-Rio, instituição pela qual se aposentou, Dom Odilão era professor de Ética nos cursos de Engenharia e de Direito. Mesmo após ter deixado o magistério nas universidades, ele continuou lecionando no seminário de Jacarezinho, no Paraná.
Dom Odilão, que era especialista em São Tomás de Aquino, possui também uma vasta bibliografia, em que se destacam algumas obras como “Padre Penido. Vida e pensamento”, de 1995, e “São João da Cruz. O Mestre do Amor”, de 1991.