sábado, 23 de abril de 2011
“A descida de Jesus à mansão dos mortos”
O Retiro de Semana Santa na Catedral de São Sebastião teve como tema no sábado, dia 23 de abril, “A descida de Jesus à mansão dos mortos”. A manhã teve início com a oração das Laudes. Em seguida, o pároco da Catedral de São Sebastião, Monsenhor Aroldo Ribeiro, deu boas-vindas aos presentes e parabenizou a Comunidade pela iniciativa do retiro. O sacerdote pediu que a Comunidade pudesse incentivar outros grupos da arquidiocese a participar de momentos especiais de espiritualidade durante a Semana Santa e afirmou que tendo chegado à Catedral, igreja mãe da Arquidiocese, o retiro deixava de ser uma atividade somente da obra Shalom e se tornava uma referência para toda a Igreja no Rio de Janeiro.
As palavras de Monsenhor Aroldo foram confirmadas na manhã mesma de sábado. Sendo transmitido pela WebTV Redentor, através do site oficial da Arquidiocese do Rio, o retiro foi acompanhado por 432 pessoas, que pela internet puderam ouvir a pregação do padre Aristóteles Alencar e rezar com a Comunidade pela cura interior.
Deus não encontra limites para nos salvar
Ao falar sobre o mistério do Sábado Santo, padre Aristóteles convidou os fiéis presentes e os que acompanhavam pela WebTV a adotarem uma atitude de silêncio diante do senhor, para assim poderem “mergulhar no mistério da redenção, da salvação”.
“Agora o senhor nos chama a contemplar, a deixar que esse mistério penetre toda a nossa existência, toda a nossa história, viver com Maria todo esse dia, toda essa espera pelo cumprimento da vontade de Deus”, disse o padre, fazendo referência a espera pela celebração da Ressurreição do Senhor, que acontecerá na Vigília Pascal.
O pregador fez uma reflexão acerca do texto da II leitura da Liturgia das Horas do Sábado Santo, retirado de uma antiga Homilia, de autor desconhecido, datada do séc IV, que descreve a descida de Jesus à Mansão dos Mortos. Após ler o texto, questionou os presentes acerca do conhecimento e da experiência do amor de Deus.
“Deus nos mostra como não encontra limites para nos salvar. Ao sofrer a sua paixão, ao morrer, ao ser sepultado, ele desce ainda mais fundo, à mansão dos mortos, ao lugar onde dormem os mortos, para restituir a dignidade perdida por nós devido ao pecado. (...) Nós subestimamos o amor de Deus, subestimamos a nossa dignidade”, afirmou.
Fez ainda uma reflexão sobre o pecado, destacando que ao pecar a pessoa escolhe a criatura em detrimento do criador. “Pecado é preferir as coisas ao criador; o pecado é ausência de Deus na nossa vida. É querer preencher o espaço de Deus em nossa vida com coisas que não podem nos saciar, porque nada pode preencher o espaço de Deus. Só o absoluto pode preencher o nosso coração, a nossa sede de infinito”, explicou.
Refletiu, ainda, sobre a maternidade e o exemplo de Nossa Senhora. "Hoje é o dia consagrado a Maria, a mãe da esperança, e é com ela que queremos viver este dia, com ela e por ela que queremos esperar", pontuou.
Andréia Gripp
Foto: Comunidade Shalom