quarta-feira, 21 de maio de 2014

A vida não é um jogo de futebol, onde vence o melhor: todos têm direito à liberdade

“A Copa do Mundo pode se tornar uma terrível vergonha, ao invés de uma festa para a humanidade”, esta advertência foi feita ontem pela Presidente da União Internacional das Superioras-Gerais, Ir. Carmen Sammut.
A ocasião foi a apresentação, na Sala de Imprensa da Santa Sé, da campanha “Jogue a favor da vida – denuncie o tráfico de pessoas” – levada avante no Brasil pela Rede “Um Grito pela Vida”, que por sua vez integra a Rede Internacional contra o tráfico de seres humanos Talitha Kum.
Para Ir. Carmen, as pessoas têm que ser conscientizadas do que acontece às margens desses grandes eventos mundiais, como a Copa do Mundo, e do sofrimento de quem é traficado.
Já a Ir. Gabriella Bottani, representante na América Latina da Rede Talitha Kum e que trabalha em Porto Velho (Rondônia), falou da realidade brasileira. De modo especial, ressaltou que no Brasil coexistem todas as fases da exploração, pois é um país de origem, trânsito e destino das vítimas.
Ir. Bottani afirmou que durante o período de preparação da Copa se observou que seja as ameaças, seja as oportunidades, jogam no mesmo campo: de um lado, a possibilidade de um maior lucro e a esperança de melhorar as condições de vida; de outro, um aumento das situações de degrado social e ameaças à vida e aos direitos fundamentais.
“Nós queremos que a nossa voz não se eleve somente com os vencedores, mas que se eleve com os que não aceitam que a vida seja como um campeonato de futebol, onde vence somente o melhor. Todos temos o direito de vencer para ter vida em abundância... temos o direito de ser livres”.
Entre os participantes da coletiva, mais de uma vez foi usada a expressão “sintonia” para manifestar o elo que une o Papa aos consagrados de todo o mundo na defesa dos mais vulneráveis.
“Os religiosos e as religiosas se encontram em todo o mundo engajados em sua missão em meio a todas as formas de pobreza e tocam com suas mãos a humilhação, o sofrimento e o tratamento desumano e degradante infligido a mulheres, homens e crianças desta escravidão moderna” – disse por sua vez o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Card. João Braz de Aviz.

Fonte: Rádio Vaticano