Besserman irá proferir palestra
para discutir o tema da sustentabilidade no evento “A cidade do Rio de Janeiro
em diálogo”, no próximo dia 24 de abril. O ciclo de palestras acontecerá a
cada dois meses com temas da agenda da cidade, e será promovido pela Arquidiocese
de São Sebastião do Rio de Janeiro. O evento também é realizado em vista das
comemorações dos 450 anos da cidade.
O objetivo é estimular canais de
discussão e ref lexão com diversos setores da sociedade carioca. De acordo com
o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, “a oportunidade do
aniversário da cidade nos dá a possibilidade de discutirmos os melhores
caminhos para o bem de todos”.
O Rio de Janeiro vive um período
de transição em relação à gestão de resíduos, de acordo com Sérgio Besserman.
Durante a JMJ Rio2013, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb)
removeu 345 toneladas de resíduos orgânicos e 45 toneladas de materiais
recicláveis. O número representa cerca de 10% a menos do registrado na noite
do Réveillon do ano anterior à Jornada.
“Eu acho que isso foi próprio da
cultura da Jornada Mundial da Juventude e dos organizadores aqui na cidade do
Rio de Janeiro. Mas foi um grande exemplo para uma cidade que na questão dos
recursos está neste momento de transformação, de mudanças”, ressaltou. Para
ele, a Jornada foi importante para uma mudança cultural.
O economista ressaltou também os
resultados positivos alcançados pelo Programa Lixo Zero, que prevê a aplicação
de multas para quem sujar a cidade.
GRANDES EVENTOS
Nos próximos anos, o Rio de
Janeiro vai sediar dois grandes eventos esportivos: Copa do Mundo e Olimpíadas.
Para bons resultados a nível ambiental, o economista recomendou campanhas que
valorizem o objetivo dos eventos e incentivem a preservação ambiental. Ele
destacou que a Fifa (Federação Internacional de Futebol) e o Comitê Olímpico
também fizeram exigências em relação à questão sustentável.
A cidade já sediou eventos importantes
relacionados à preservação do meio ambiente, como a Rio 92 e a Rio + 20. De
acordo com Besserman, os eventos trouxeram conquistas importantes. “Foram
muitos frutos para nossa cidade, embora haja muitos desafios: limpar a Baía de
Guanabara, preservar a Floresta da Pedra Branca, salvar os manguezais
ameaçados”, destacou. Ele disse ainda que é próprio do carioca a preservação
ambiental.
O especialista explicou que é
preciso unir políticas governamentais e atitudes simples para preservar os
recursos naturais. “É também algo mais amplo. Fazer política com ‘p’ maiúsculo,
ter opções conscientes sobre as necessidades dessas transformações, mas tudo
isso tem um sentido muito mais profundo se acompanhado do testemunho. É preciso
fazer a conta e entender que de um lado estão nossos pequenos gestos em nossas
casas com a água, resíduos”, disse.
Segundo Besserman, é preciso unir
meio ambiente, crescimento econômico e combate à pobreza. “Só haverá combate à
pobreza e desigualdade econômica se nós atentarmos para a necessidade de
manter o planeta saudável”, disse. De acordo com ele, é necessário ainda
incentivar e planejar bem uma matriz energética limpa.
Os brasileiros têm muito a
avançar, assim como todos os povos do mundo para pensar não apenas no presente,
mas nas futuras gerações. “Pela primeira vez em toda a história nós teremos
que tomar decisões sobre isso, mas ninguém no mundo sabe o que é
desenvolvimento sustentável e isso é bom. É uma pergunta que instiga a
transformação e não temos as respostas”, ressaltou.
SERVIÇO
O quê: evento “A cidade do Rio de
Janeiro em diálogo”
Quando: dia 24 de abril, às 20h
Onde: 2° andar do Edifício João
Paulo II – Rua Benjamin Constant,
23, na Glória
Teresa Fernandes