segunda-feira, 19 de março de 2012

Sim à vida!



"Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lucas 1, 30-31.38)


Nove meses antes do Natal, no dia 25 de março, a Igreja em todo o mundo celebra o ‘Sim de Maria’, o dia em que o filho de Deus começou a ser gerado no ventre puro e imaculado de Nossa Senhora. Em virtude de seu significado, a data da Anunciação do Senhor Jesus foi também escolhida para ser o Dia Municipal do Nascituro, com o objetivo de dizer o ‘Sim à vida’ de todas as crianças que são ameaçadas de morte ainda no ventre de suas mães.
No Brasil, o Dia Nacional do Nascituro é celebrado em 8 de outubro, data que conclui a Semana Nacional da Vida (1º a 8 de outubro). As datas são importantes para sensibilizar e mobilizar a sociedade, mas a cada dia é urgente ref letir sobre o que podemos fazer para defender a vida desde a concepção. Todos devem fazer a sua parte para que os pequeninos de Jesus possam ter vida em abundância. Como é possível alguém querer ter o direito de matar, se um dia essa mesma pessoa teve o direito de nascer.
Acredito que matar um ser inocente dentro do ventre materno nunca será solução. Ninguém deve tirar a vida de outro ser humano, nem mesmo a própria mãe. Se o Estatuto da Criança e do Adolescente defende que uma criança precisa ser protegida e cuidada em sua casa, como podemos assassiná-la na primeira casa que ela ocupa?!
No momento da concepção, a célula que passa a existir não é mais a mãe ou o pai, é uma nova pessoa. A vida de uma criança não é propriedade dos seus pais, portanto, não pode ser descartada. É importante lutar contra o aborto, pois o desrespeito à vida só traz morte e destruição para toda a sociedade. Não há motivo nem razão que justifique tamanha crueldade. É preciso vigiar e aproveitar todas as oportunidades para defender a vida de uma pessoa humana em todas as suas fases e momentos únicos e insubstituíveis.
Mulheres grávidas ainda sofrem para encontrar um hospital público onde possam ter seus filhos. É irreal dizer que o atendimento médico que falta para cuidar e salvar vidas vai funcionar para matar crianças nos ventres de suas mães. Não é porque muita gente faz algo errado que isso deve passar a ser aceito. Assassinato é crime em qualquer lugar e tempo. Hospital foi criado para salvar vidas e não para matar. O aborto não é um caso de saúde pública, mas sim de morte pública.
O martírio público do menino João Hélio, que foi arrastado pelas ruas, preso pelo cinto de segurança do carro, em 2007, é algo difícil de esquecer. Mas hoje, milhões de bebês continuam sendo arrastados, feridos e sugados pelos corpos de suas mães. A diferença é que os assassinos usam roupa branca e se consideram médicos e enfermeiros. Muitos são os interesses financeiros, e é preciso combater a banalização da vida. É preciso intervir para revelar os reais motivos e lucros que querem ser conquistados de forma antiética e maquiavélica.


SIM À VIDA E NÃO AO ABORTO, MESMO EM CASOS DE ANENCEFALIA


A maior anomalia é achar que matar uma criança com má formação vai aliviar a dor dos pais. Se eles vão sofrer de qualquer jeito, pois a vida humana passa pelo sofrimento, é preferível deixar que a morte aconteça naturalmente. Eles têm o direito de amar a criança pelo tempo que ela vai viver neste mundo e não de matá-la antecipadamente. A lembrança desta interferência será ainda mais danosa para a família.
Chorar a morte de alguém é doloroso, mas pior é se sentir culpado por ter interferido e provocado esta morte. Além disso, os erros de diagnósticos em exames são possíveis. Imagine que terror, matar uma criança indevidamente diagnosticada com anencefalia, porque achou que ela não iria sobreviver. Quando não se deixa nascer, fica sempre a dúvida: o resultado do exame era verdadeiro? Quanto tempo essa pessoa viveria? Um dia, um ano, seis anos... As previsões podem ser equivocadas. Quanto tempo uma criança com cérebro vive? Também não há certezas. Só Deus sabe, e cada vida tem uma história única e diferente.

SIM À VIDA E NÃO AO ABORTO, MESMO DIANTE DA POBREZA


As dificuldades financeiras também não podem justificar o aborto, pois os assassinatos de inocentes não podem ser um "meio contraceptivo de cortar despesas". Existem crianças nas ruas e passando fome, porque o egoísmo e a ganância promovem a desigualdade social. A solução do problema, em primeiro lugar, passa pelo amor, pela solidariedade, pela partilha e pela educação. É preciso promover o planejamento familiar e educar os jovens para o respeito à vida humana.


SIM À VIDA E NÃO AO ABORTO, MESMO EM CASOS DE VIOLÊNCIA


O estupro é uma agressão que precisa ser combatida em sua causa e através de meios preventivos que garantam a segurança das mulheres, mas não através de uma outra violência. Matar a criança não vai fazer a mulher esquecer o mal que sofreu, muito pelo contrário, vai aumentar o sofrimento, pois o aborto é também uma violência contra a mulher, formada por Deus para gerar vida e não a morte. Mulheres que matam seus filhos através do aborto ficam traumatizadas. E m muitos casos, a entrega para a adoção pode ser a saída. É preciso lembrar que um bebê é inocente e não pode ser penalizado pelo erro do seu pai.
Sendo assim, defender a vida intra-uterina é, acima de tudo, lutar pela própria existência. Pois na medida em que se respeita e valoriza a fragilidade da vida, desde os primeiros momentos de sua existência embrionária, toda a existência humana é valorizada. Defenda o direito de todos à vida!


Confira também o comentário de Dom Antonio Augusto, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, que é médico pediatra e presidente da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida, sobre as cinco propostas para a extensão da impunibilidade do aborto, na edição do jornal Testemunho de Fé desta semana.


CLÁUDIA BRITO

ARTE: JOSÉ CARLOS BEZERRA

SOBRE FOTO DE SXC.HU