sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O cristão na política


Ano de eleição, além de ser um convite para o exercício da cidadania, é também tempo de muitas reflexões. É preciso estar afinado com a proposta de cada candidato para escolher aqueles que melhor irão administrar o país. O voto consciente e a fiscalização da candidatura aos cargos políticos e também do mandato dos políticos são tarefas de cada cidadão, bem como de todos os cristãos, uma vez que todos estão juntos em um só dever: promover o bem comum.
Política é também uma forma de evangelizar. Por isso, a participação nesse meio faz parte da vida cristã, pois é também responsabilidade dos cristãos não estar de acordo com as injustiças, e, assim, contribuir para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e solidária.
Para o professor e teólogo da PUC-Rio Paulo Fernando Carneiro de Andrade, “nem sempre a política se coloca a serviço do bem comum”. Ele explicou que através da política, os cristãos podem ordenar o mundo segundo os valores evangélicos. “A tarefa dos cristãos na política é agir para que o mundo se torne mais justo, mais fraterno e mais igualitário, conforme esses valores.”
Enquanto muito se discute sobre uma possível união entre fé e política, o professor esclareceu que “não se trata de uma união, mas sim de uma articulação entre fé e política”.
Segundo ele, uma política onde a fé esteja ausente, pode se transformar, simplesmente, em uma política a serviço de interesses particulares.“Do mesmo modo, uma fé não articulada com a política perde a sua incidência social e perde um grande instrumento de transformação do mundo”, continuou Paulo Fernando. Por isso, o professor ainda afirmou que “o mundo da política não deve ser um mundo estranho aos cristãos”.
Não é função da Igreja substituir os deveres do Estado, mas seu papel não deixa de ser fundamental. “O cristão deve ter presente a defesa da vida e do bem comum. Nessa perspectiva, o cristão deve se colocar na defesa dos mais pobres (...) procurando realizar a justiça como base fundamental do exercício da caridade”, salientou Paulo Fernando. É por isso que a participação cristã na política é mais do que necessária.