segunda-feira, 15 de março de 2010

Prevenção e vacina: armas contra a gripe A

Lavar as mãos, usar lenços descartáveis, cobrir nariz e boca ao tossir ou
espirar. O que antes eram apenas questões básicas de higiene tornaram-se, em tempos de Influenza A (H1N1), condições fundamentais para a manutenção da saúde coletiva da população.
Essas medidas de prevenção de transmissão do vírus acompanham uma mega operação para vacinar no país 91 milhões de pessoas (meta do Ministério da Saúde) contra a gripe suína, como ficou conhecida a Influenza A (H1N1).
Em 2009, em vários lugares do mundo, a pandemia de gripe suína assustou a população. O Brasil registrou mais de 40 mil casos de gripe A, com um número de óbitos superior a dois mil. O primeiro caso de morte em 2010 ocorreu em São Paulo. Desde o início do ano, em todo o país (até o fechamento desta edição) foram registrados 121 novos casos.

A campanha
A vacinação, iniciada no dia 8 de março, abrangerá cinco etapas: até o dia 19 de março: profissionais de saúde e indígenas; de 22 de março a 2 de abril: gestantes, crianças de seis meses a dois anos de idade e doentes crônicos; de 5 a 23 de abril: adultos de 20 a 29 anos; 24 de abril a 7 de maio: idosos maiores de 60 anos e portadores de doenças crônicas; e de 10 a 21 de maio: população de 30 a 39 anos (veja e recorte a tabela nesta página).
“Nós usamos um critério de vulnerabilidade e principalmente de risco. Então, essas faixas etárias, essas pessoas que têm doenças crônicas, as mulheres grávidas, as crianças pequenas foram exatamente aquelas pessoas que mais adoeceram e onde o risco de morrer foi maior”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
A opção de ser informado via e-mail sobre a data de vacinação está entre as novidades da campanha. Entre os dias 8 e 9 de março, 12,8 mil pessoas já haviam se cadastrado nesse serviço, através do endereço eletrônico www.vacinacaoinfluenza.com.br .
Além desse serviço, o Ministério da Saúde disponibilizou um número Disque-Saúde – 0800 61 1997 – para quem tiver dúvidas sobre o esquema de vacinação.
“É uma vacinação escalonada, progressiva. Pedimos que as pessoas observem os grupos que estão sendo programados e os períodos e que procurem as unidades especificamente nos seus períodos de vacinação para que evitem tumultos e dificultar o atendimento dos grupos prioritários”, ressaltou Cristina Lemos, do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Outra preocupação das autoridades de saúde é quanto à baixa nos estoques de sangue por causa da vacinação. “Existe uma recomendação de que a pessoa vacinada evite doar sangue nos próximos 30 dias. Estamos entrando em contato com os hemocentros para que estimulem as pessoas e possamos ter até uma vacinação no próprio local, para que aquela pessoa que se disponibilizar a doar sangue seja vacinada imediatamente após a doação, para evitar o colapso na rede dos hemocentros. Isso já ocorreu em vacinações anteriores e tivemos bons resultados fazendo um trabalho em conjunto”, frisou Cristina Lemos

Transmissão e sintomas
Segundo dados do Ministério da Saúde, a forma mais comum de transmissão é a de pessoa a pessoa “por meio de gotículas de saliva, expelidas ao falar, ao tossir e espirrar. Outra forma é pelo contato (indireto), por meio das secreções de pessoas doentes. Nesses casos, a mão é o principal meio transmissor do vírus, ao favorecer a introdução de partículas virais diretamente na boca, olhos e nariz.”
Entre os sintomas descritos pelo Ministério, estão “febre alta, em geral acima de 38ºC, com duração em torno de três dias. A pessoa apresenta também dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros costumam piorar com a progressão da doença e duram cerca de três a quatro dias após o desaparecimento da febre.”

Prevenção
Orientação do Ministério da Saúde: “Faça a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel a 71%. Lembre-se de retirar os acessórios (anéis, pulseiras, relógio), uma vez que estes objetos acumulam microrganismos não removidos com a lavagem das mãos. Evite encostar-se na pia; enxágue as mãos, retirando os resíduos de sabonete; evite contato direto das mãos ensaboadas com a torneira; seque mãos e punhos com papel-toalha descartável; no caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel-toalha para fechá-la. Use lenço descartável para higiene nasal e ao tossir ou espirrar cubra nariz e boca. Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca. Evite, também, aglomerações e não divida objetos de uso pessoal, como toalhas de banho, talheres e copos.
Grupo de risco: “Pessoas portadoras de imunodepressão (organismo debilitado), como transplantados, pacientes com câncer, em tratamento para AIDS, ou em uso de medicação imunossupressora. Também aquela em condições crônicas, como as pessoas portadoras de hemoglobinopatias (doenças genéticas do sangue), cardiopatias, pneumopatias, doenças renais crônicas, doenças metabólicas (diabetes mellitus e obesidade mórbida). Fazem parte do grupo de risco as crianças com menos de dois anos de idade, os adultos acima de 60 anos e as gestantes, independente do período gestacional.”