terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Tráfico humano é tema da Campanha da Fraternidade 2014

Combate ao tráfico de pessoas é uma forma de promover a dignidade humana
“Fraternidade e Tráfico Hu­mano” foi o tema escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para ser trabalhado na Campanha da Fraternidade (CF) deste ano. Sob o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), focado no método “ver, julgar e agir”, a CNBB pretende identifi­car as práticas de tráfico em suas várias formas, e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humana. Para isso, espera contar com os cristãos e toda a sociedade brasileira.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) aponta que cerca de 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico de seres humanos. Isso que gera um lucro anual de mais de U$ 32 milhões. Já a Pesquisa Nacional sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes (Pestraf) mapeou em 2003 cerca de 241 rotas de tráfico dentro e fora do Brasil.
Segundo o professor do De­partamento de Direito da PUC­-Rio e procurador de Justiça no Ministério Público do Rio de Janeiro Adolfo Borges Filho, o tráfico de pessoas, de certa forma, congrega vários tipos de violações. Entre elas, os delitos sexuais, que são aliciamentos para a prostituição e podem ser ou no próprio país ou ocorrer internacionalmente; a explora­ção de mão de obra; os tráficos de órgãos e o de crianças, para as mais diversas atividades ex­ploratórias.

CARIDADE E DIGNIDADE HUMANA
Conforme defendeu o ar­cebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, du­rante toda a Treze­na de São Sebastião, no início deste Ano Arquidiocesano da Caridade, a prática desta virtude está li­gada, dentre outras, à promoção da dig­nidade humana. E tudo aquilo que fere a dignidade humana deve ser combatido pelos cristãos.
“Esta campanha, no contexto do Ano Arquidiocesano da Caridade, é momen­to especial e opor­tuno para pensar no que fazer para que a caridade possa se manifestar diante de tantas pessoas marcadas pelo sofrimento originado por mui­tas causas e que dominam cada ser humano e nossa sociedade. É momento de mobilizar a Igre­ja e os segmentos da sociedade, a fim de se solidarizarem com as pessoas que sofrem a expe­riência do tráfico humano nas suas mais diversas modalida­des”, disse o vigário episcopal para a Caridade Social, cônego Manuel Manangão, em um artigo publicado no jornal “Testemunho de Fé”.

MATERIAIS
Para subsidiar os debates e ponderações nas paróquias, a CNBB disponibiliza um manual sobre a campanha, livretos que guiarão os encontros e um curso à distância com duração de 40 horas, promovido pela equipe executiva da CF da CNBB.
NATHALIA CARDOSO
nathaliaccoliveira@yahoo.com.br

Fotos: Reprodução