Combate
ao tráfico de pessoas é uma forma de promover a dignidade humana
“Fraternidade
e Tráfico Humano” foi o tema escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) para ser trabalhado na Campanha da Fraternidade (CF) deste ano.
Sob o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), focado no
método “ver, julgar e agir”, a CNBB pretende identificar as práticas de
tráfico em suas várias formas, e denunciá-las como violação da dignidade e da
liberdade humana. Para isso, espera contar com os cristãos e toda a sociedade
brasileira.
O
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) aponta que cerca de
2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico de seres humanos. Isso que gera
um lucro anual de mais de U$ 32 milhões. Já a Pesquisa Nacional sobre o Tráfico
de Mulheres, Crianças e Adolescentes (Pestraf) mapeou em 2003 cerca de 241
rotas de tráfico dentro e fora do Brasil.
Segundo o professor do Departamento de Direito da PUC-Rio e
procurador de Justiça no Ministério Público do Rio de Janeiro Adolfo Borges
Filho, o tráfico de pessoas, de certa forma, congrega vários tipos de
violações. Entre elas, os delitos sexuais, que são aliciamentos para a
prostituição e podem ser ou no próprio país ou ocorrer internacionalmente; a
exploração de mão de obra; os tráficos de órgãos e o de crianças, para as mais
diversas atividades exploratórias.
CARIDADE
E DIGNIDADE HUMANA
Conforme
defendeu o arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, durante toda a Trezena
de São Sebastião, no início deste Ano Arquidiocesano da Caridade, a prática
desta virtude está ligada, dentre outras, à promoção da dignidade humana. E
tudo aquilo que fere a dignidade humana deve ser combatido pelos cristãos.
“Esta
campanha, no contexto do Ano Arquidiocesano da Caridade, é momento especial e
oportuno para pensar no que fazer para que a caridade possa se manifestar
diante de tantas pessoas marcadas pelo sofrimento originado por muitas causas
e que dominam cada ser humano e nossa sociedade. É momento de mobilizar a Igreja
e os segmentos da sociedade, a fim de se solidarizarem com as pessoas que
sofrem a experiência do tráfico humano nas suas mais diversas modalidades”,
disse o vigário episcopal para a Caridade Social, cônego Manuel Manangão, em um
artigo publicado no jornal “Testemunho de Fé”.
MATERIAIS
Para
subsidiar os debates e ponderações nas paróquias, a CNBB disponibiliza um
manual sobre a campanha, livretos que guiarão os encontros e um curso à
distância com duração de 40 horas, promovido pela equipe executiva da CF da CNBB.
NATHALIA CARDOSO
nathaliaccoliveira@yahoo.com.br
Fotos:
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