Uma queda de 77% na
taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos do Brasil em apenas duas
décadas foi um dos destaques do relatório da Unicef, divulgado no dia 13 de
setembro de 2013. A
taxa brasileira caiu de 62 para 14 por mil nascidos vivos entre 1990 e
2012.
O
país apresenta uma das quedas mais significativas entre 196 nações monitoradas,
e ocupa a 7ª posição no ranking mundial. O relatório ainda indica a redução da
mortalidade em outras duas faixas etárias: para crianças menores de 1 ano, a
queda foi de 75% e para o período neonatal, nos primeiros 28 dias de vida, o
índice caiu 68%.
Dados
divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que a região nordeste foi a que
registrou maior queda na mortalidade de crianças até 5 anos: 77,5%. Entre os
estados que se destacam na redução estão Alagoas, Ceará e Paraíba.
Contribuição da Pastoral da
Criança
As
ações preventivas de saúde e nutrição das crianças pobres realizadas pelos
voluntários da Pastoral da Criança estão entre os principais programas e
iniciativas que contribuíram para melhorar a saúde infantil no Brasil, nas
últimas três décadas. O reconhecimento é confirmado no artigo “Saúde de mães e
crianças no Brasil: progressos e desafios”, do professor Cesar G. Victora, da
Universidade Federal de Pelotas (RS) e outros autores, que integra a série
Saúde no Brasil, publicada online pela revista The Lancet.
A
saúde e a nutrição das crianças brasileiras melhoraram rapidamente a partir dos
anos 1980, avalia o estudo. Além do crescimento econômico, urbanização e
evolução para o sistema de saúde único, contribuíram para elevar os indicadores
nesta área os programas voltados para a saúde materna e nutrição infantil. A
primeira Meta do Milênio (redução pela metade do número de crianças subnutridas
entre 1990 e 2015) já foi alcançada. A Meta número quatro (redução de dois
terços dos coeficientes de mortalidade de crianças menores de 5 anos)
provavelmente será alcançada dentro de dois anos, de acordo com os autores.
Segundo
o artigo, entre mais de 50 programas e iniciativas para melhorar a saúde
infantil, sua fonte de dados aponta que os melhores efeitos foram atribuídos “a
programas específicos (promoção de imunização, amamentação e alojamento
conjunto) e a melhorias no acesso aos cuidados preventivos e curativos de
saúde, incluindo o SUS, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde e a
Pastoral da Criança.”
Para
o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufler,
este é mais um reconhecimento ao trabalho realizado pelo organismo e seus
voluntários. Em sua missão de promover o desenvolvimento integral das crianças
pobres, da concepção aos seis anos de idade, a Pastoral da Criança vem
alcançado resultados concretos. “A mortalidade infantil, entre as crianças
acompanhadas pela Pastoral da Criança, é de 9,5 óbitos no primeiro ano de vida
para cada mil nascidos vivos, muito abaixo da taxa nacional divulgada pelos
órgãos oficiais”, observa Boufleur.
POR: PASTORAL DA CRIANÇA/CNBB
FOTO: PASTOAL DA CRIANÇA