Seminário do Ceat reuniu autoridades e especialistas de
diversas áreas no Rio. Educação contínua e valorização dos trabalhadores foram
algumas das necessidades apontadas para o desenvolvimento do Brasil.
Cardeal Hummes, Dom Orani e Jorgette na conferência de abertura do seminário |
De forma inovadora e pioneira, a Arquidiocese do Rio e o
Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat) realizaram a primeira edição da
Agenda Social do Trabalho, entre os dias 29 de abril e 1º de maio, no Edifício
João Paulo II, na Glória. O seminário foi aberto pelo arcebispo emérito de São
Paulo e fundador do Ceat, Cardeal Dom Cláudio Hummes, e pelo arcebispo do Rio e
conselheiro do Ceat, Dom Orani João Tempesta.
No encontro, que reuniu autoridades, políticos, sindicalistas,
professores e pensadores de diversas áreas, foram feitas ref lexões sobre a questão
do trabalho no Brasil. Segundo o arcebispo do Rio, a realização do seminário
foi uma nova maneira de comemorar e resignificar o Dia do Trabalhador.
“A Arquidiocese do Rio, que já teve a oportunidade de
sediar a primeira reunião da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
e a abertura do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), tem agora a
alegria de presenciar algo que terá continuidade. Pedimos que essa reflexão que
será entregue ao governo federal possa surtir efeitos a curto, médio e longo
prazos”, disse Dom Orani.
O Cardeal Hummes destacou que este primeiro encontro é resultado
de anos de trabalho e da parceria formada entre a Igreja e o Ceat, para
oferecer aos trabalhadores mais excluídos uma chance de se reerguerem e terem
uma vida mais digna.
“Agora, o que queremos e podemos, nesse encontro de ideias
e de pessoas peritas e qualificadas, é avançar numa ação conjunta, num esforço
sem precedente para construir uma proposta de plena inclusão socioprodutiva
para os nossos pobres. Desejamos que este seminário jogue luzes novas e
atualizadas sobre esses desafios que nos propomos a enfrentar”, afirmou.
O empenho para a construção de caminhos eficazes foi a
proposta do fundador do Ceat. Cardeal Hummes disse que deseja que o seminário
inicie a gestação de um pacto nacional pelo emprego, incluindo empresários,
organizações da sociedade civil, o poder público, em suas diversas dimensões,
e os representantes dos trabalhadores.
“Um pacto que seja capaz de ações concretas, que permitam
aos milhões de trabalhadores ainda excluídos conquistarem a condição de
cidadãos e não apenas de modestos e precários consumidores graças à ajuda
pública. Se o seminário puder ser semente desse pacto e trazer em seu bojo uma
agenda social real do trabalho, acredito que teremos dado significativa
contribuição ao nosso país, que só terá condição de falar de pleno emprego
quando tiver seus trabalhadores plena e dignamente incluídos no mundo do
trabalho”, concluiu o Cardeal Hummes.
CLÁUDIA BRITO
FOTOS: GUSTAVO DE OLIVEIRA