terça-feira, 23 de abril de 2013

Glorioso São Jorge: exemplo de fé!



São Jorge, celebrado hoje, dia 23 de abril, ainda que popularmente conhecido, tem sua biografia escassa de maiores dados históricos. Por esse motivo, sua história é composta por muitas lendas e contos, passados pelas ge­rações. São Jorge foi canoni­zado pela Igreja Católica por suas virtudes e feitos durante sua vida terrena. Na Cidade Maravilhosa, as celebrações e festejos mobilizam grande número de fiéis, que todos os anos celebram a data com manifestações religiosas e públicas de amor.
O santo católico, muito devotado na Igreja Ortodoxa e em algumas igrejas do Oriente, é padroeiro de vários países, como Inglaterra e Portugal, e de muitas cidades do mundo, como Genova e Moscou.
Segundo o bispo auxiliar Dom Nelson Francelino Fer­reira, no Brasil, a devoção a São Jorge passou pelo proces­so de sincretismo religioso, que remonta ao tempo da escravi­dão. Como os negros tinham suas próprias convicções religiosas, a imposição da fé católica, sem nenhum aprofundamento cate­quético e evangelizador, fez com que eles projetassem em algumas imagens católicas as suas crenças.
“Para os católicos, São Jorge é um santo batizado, que viveu da Eucaristia, pelo Evangelho e pela Igreja. Ele viveu intensamente a vida sacramental, e foi martiriza­do pela sua fé. O
s cristãos devem continuar cultivando a sua devo­ção e piedade, trazendo consigo as características e adjetivos do santo canonizado pelas virtudes apresentadas na sua vida terrena”, contou Dom Nelson.
Segundo o bispo, são duas realidades bem distintas que se encontram na figura de São Jorge, mas cabe aos católicos trabalhar, cultivar, professar e expandir a devoção ao mártir dentro das prerrogativas católicas.
“É preciso lembrar as pessoas sobre a diferença religiosa entre o santo católico e a devoção da religião de matriz africana, por meio de um processo catequéti­co-evangelizador. A Igreja deve cuidar para que os católicos possam afirmar claramente, sem nenhuma ambiguidade, a sua fé cristã. Mas é necessário que exista respeito para dialogar de modo maduro e objetivo”, incentivou Dom Nelson.

REPRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS
Sabe-se que o bravo guerreiro Jorge viveu entre os anos de 275 a 303. Sua figura montada em um cavalo, lutando bravamente, foi reproduzida em diversas ima­gens, telas e artigos de devoção.
Algumas das representa­ções diferenciam entre si, sem manter fidelidade à lenda. Po­pularmente, conta-se que São Jorge matou o dragão para salvar a filha do rei, Sabra, que seria ofertada em sacrifício. Por isso, muitas imagens são represen­tadas com São Jorge matando o dragão, outras apresentam o cavalheiro matando uma serpente.
Avaliando historicamente, os antigos gregos e romanos descreviam os dragões como enormes serpentes. Daí surgiu a distinção nas representações. Na interpretação religiosa, acredita-se que tanto o dragão como as serpentes representam a figura do demônio.

CAPADÓCIA
Algumas lendas apontam o fato de que São Jorge teria nascido na Capadócia, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da Re­pública da Turquia. Nos dias atuais, a Capadócia se tornou uma região muito visitada por turistas de vários recantos do mundo. Uma das áreas mais visitadas na Capadócia é o Vale do Göreme, um parque com a mais famosa e pitoresca área da região, onde há uma concentração de construções religiosas trogloditas, dentre elas uma em homenagem a São Jorge.
IGOR MARQUES
COLABORAÇÃO: CLÁUDIA BRITO
FOTO: REPRODUÇÃO