sábado, 2 de março de 2013

Esclarecendo dúvidas


Desde o anúncio da renúncia do Papa Bento XVI, em 11 de fevereiro, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, vem promovendo diversas coletivas de imprensa, com o objetivo de responder as dúvidas dos jornalistas. Confira:

INFORMAÇÕES PESSOAIS
- Qual será o nome do Papa após deixar o cargo em 28 de fevereiro?
Continuará a se chamar Bento XVI.
- Como será chamado Bento XVI?
Seguramente, será bispo emérito de Roma. Excluindo que possa ser Cardeal, mas não existe ainda uma regra oficial.
- Quais serão as vestes do Papa?
Não se sabe ainda.
- O que acontecerá com o seu anel? Poderá ser destruído, como o selo papal?
Todos os objetos relacionados com o ministério petrino devem ser destruídos ao final de um pontifica­do. O anel do pescador é o sinal vi­sível da autoridade do Papa, que ele recebe no momento solene no início do pontificado e que usa no dedo anular direito. Esta insígnia papal é documentada desde o tempo de Clemente IV (por volta de 1.265) e era utilizada como selo secreto para correspondências privadas. O anel, confeccionado em ouro, além de ter gravado o nome do Pontífice, tem a imagem em relevo do apóstolo Pedro pescando sobre uma barca. Com a morte de cada Papa, o Car­deal Camerlengo o retira do dedo e, na presença dos representantes do Colégio dos Cardeais, quebra-o, indicando com tal gesto o final do pontificado. Como Bento XVI não morreu, especialistas estão estu­dando a normativa.
- Onde irá morar?
Bento XVI residirá em Castel Gan­dolfo de 28 de fevereiro até o final de abril, início de maio. Poderá residir no habitual aposento pontifício, pois este não foi lacrado, como ocorre quando morre um Papa. Depois de Castel Gandolfo, Bento XVI re­sidirá no Mosteiro Mater Ecclesia, no Vaticano. Até outubro de 2012 residiam nesse local as irmãs de clausura Visitandinas. Os trabalhos de reforma foram iniciados, em no­vembro de 2012, e serão concluídos nos próximos meses.
- Ele terá assessores?
Quer em Castel Gandolfo, quer no Mosteiro Mater Ecclesia, Bento XVI será acompanhado por Dom Georg Gaenswein, que permanece no car­go de prefeito da Casa Pontifícia e pelas “Memores”, que ainda hoje o acompanham no dia a dia.
ENCÍCLICA
A Quarta Encíclica sobre a Fé: Não será publicada até o final de fevereiro. Não estava num ponto de preparação que pudesse, em um tempo tão curto, ser traduzida, publicada e finalizada. Assim, esta permanece como um documento que esperávamos, mas que, na ver­dade, não o teremos, ao menos não na forma de Encíclica.
CONCLAVE
O Conclave está previsto para começar entre 15 e 20 de março, mas seu início poderá ser antecipado. A Constituição ‘Universi Domini Gregis’ prevê um tempo de espera para a chegada dos cardeais a Roma. Como todos sabem que em 28 de fevereiro a Santa Sé ficará vacante, não faz sentido esperar todo este tempo para iniciar o Conclave, uma vez que todos os cardeais tenham chegado a Roma. O Papa está considerando a publicação de um Motu Proprio nos próximos dias, obviamente antes da Sé Vacante, para precisar alguns pontos particulares da Constituição Apostólica sobre o Conclave, que nos últimos anos foram apresentados.
- Cardeais eleitores:
No Conclave, entrarão 116, dos quais 67 criados por Bento XVI. Tam­bém os cardeais que completarão 80 anos em março, como Kaspar e Poletto, participarão do Conclave. O limite previsto para o voto é para quem já atingiu esta idade até o primeiro dia da Sé Vacante.
O Cardeal decano do Colégio Car­dinalício é o Cardeal Angelo Sodano. Já que o Cardeal Sodano tem mais de 80 anos, a ele diz respeito todas as funções que as normas atribuem ao decano até o momento em que os cardeais entram no Conclave. Após o início do Conclave, quando estarão reunidos somente os bispos eleito­res, o decano passa a ser o Cardeal Giovanni Battista Re, baseado na sua idade e por pertencer à ordem mais elevada dos bispos (é o bispo­-cardeal com mais idade).
- Acomodação dos cardeais elei­tores:
Os cardeais eleitores ficarão alo­jados no Vaticano, na Domus Sanctae Marthae, a partir de 1º de março.
AUDIÊNCIAS
Não estão previstas após 28 de fevereiro aparições públicas de Bento XVI. Ele permanecerá no Va­ticano por motivos compreensíveis de caráter logístico e organizativo.
Em 27 de fevereiro será a última Audiência Geral de Bento XVI. Em 27 de abril de 2005, por sua vez, foi realizada a primeira.
Em quase oito anos de pontifica­do, Bento XVI presidiu 348 Audiên­cias Gerais, das quais participaram 4.982.600 fiéis (dados até dezembro de 2012). A maior participação foi em 2006, quando, das 45 audiências, participaram 1.031.500 fiéis. A seguir, os dados de cada ano: Em 2005, 32 Audiências Gerais, 810.000 fiéis. Em 2006, 45 Audiências Gerais, 1.031.500 fiéis. Em 2007, 44 Audiências Gerais, 729.100 fiéis. Em 2008 , 42 Audiên­cias Gerais, 534.500 fiéis. Em 2009, 44 Audiências Gerais, 537.500 fiéis. Em 2010, 45 Audiências Gerais, 493.000 fiéis. Em 2011, 45 Audiências Gerais, 400.000 fiéis. Em 2012, 43 Audiências Gerais, 447.000 fiéis. Em 2013, oito Audiências Gerais (sem dados).

RÁDIO VATICANO
FOTO: ARQUIVO