Desde o anúncio da renúncia do Papa
Bento XVI, em 11 de fevereiro, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre
Federico Lombardi, vem promovendo diversas coletivas de imprensa, com o
objetivo de responder as dúvidas dos jornalistas. Confira:
INFORMAÇÕES
PESSOAIS
- Qual será o nome do Papa após deixar o cargo em 28 de
fevereiro?
Continuará a se chamar Bento XVI.
- Como será chamado Bento XVI?
Seguramente, será bispo emérito de Roma. Excluindo que possa ser
Cardeal, mas não existe ainda uma regra oficial.
- Quais serão as vestes do Papa?
Não se sabe ainda.
- O que acontecerá com o seu anel? Poderá ser destruído,
como o selo papal?
Todos os objetos relacionados com o ministério petrino devem
ser destruídos ao final de um pontificado. O anel do pescador é o sinal visível
da autoridade do Papa, que ele recebe no momento solene no início do
pontificado e que usa no dedo anular direito. Esta insígnia papal é documentada
desde o tempo de Clemente IV (por volta de 1.265) e era utilizada como selo
secreto para correspondências privadas. O anel, confeccionado em ouro, além de
ter gravado o nome do Pontífice, tem a imagem em relevo do apóstolo Pedro
pescando sobre uma barca. Com a morte de cada Papa, o Cardeal Camerlengo o
retira do dedo e, na presença dos representantes do Colégio dos Cardeais,
quebra-o, indicando com tal gesto o final do pontificado. Como Bento XVI não
morreu, especialistas estão estudando a normativa.
- Onde irá morar?
Bento XVI residirá em Castel Gan dolfo de 28 de fevereiro até o final
de abril, início de maio. Poderá residir no habitual aposento pontifício, pois
este não foi lacrado, como ocorre quando morre um Papa. Depois de Castel
Gandolfo, Bento XVI residirá no Mosteiro Mater Ecclesia, no Vaticano. Até
outubro de 2012 residiam nesse local as irmãs de clausura Visitandinas. Os
trabalhos de reforma foram iniciados, em novembro de 2012, e serão concluídos
nos próximos meses.
- Ele terá assessores?
Quer em
Castel Gandolfo , quer no Mosteiro Mater Ecclesia, Bento XVI
será acompanhado por Dom Georg Gaenswein, que permanece no cargo de prefeito
da Casa Pontifícia e pelas “Memores”, que ainda hoje o acompanham no dia a dia.
ENCÍCLICA
A Quarta Encíclica sobre a Fé: Não será publicada até o
final de fevereiro. Não estava num ponto de preparação que pudesse, em um tempo
tão curto, ser traduzida, publicada e finalizada. Assim, esta permanece como um
documento que esperávamos, mas que, na verdade, não o teremos, ao menos não na
forma de Encíclica.
CONCLAVE
O Conclave está previsto para começar entre 15 e 20 de março, mas
seu início poderá ser antecipado. A Constituição ‘Universi Domini Gregis’ prevê
um tempo de espera para a chegada dos cardeais a Roma. Como todos sabem que em
28 de fevereiro a Santa Sé ficará vacante, não faz sentido esperar todo este
tempo para iniciar o Conclave, uma vez que todos os cardeais tenham chegado a
Roma. O Papa está considerando a publicação de um Motu Proprio nos próximos
dias, obviamente antes da Sé Vacante, para precisar alguns pontos particulares
da Constituição Apostólica sobre o Conclave, que nos últimos anos foram
apresentados.
- Cardeais eleitores:
No Conclave, entrarão 116, dos quais 67 criados por Bento XVI. Também
os cardeais que completarão 80 anos em março, como Kaspar e Poletto,
participarão do Conclave. O limite previsto para o voto é para quem já atingiu
esta idade até o primeiro dia da Sé Vacante.
O Cardeal decano do Colégio Cardinalício é o Cardeal Angelo
Sodano. Já que o Cardeal Sodano tem mais de 80 anos, a ele diz respeito todas
as funções que as normas atribuem ao decano até o momento em que os cardeais
entram no Conclave. Após o início do Conclave, quando estarão reunidos somente
os bispos eleitores, o decano passa a ser o Cardeal Giovanni Battista Re, baseado
na sua idade e por pertencer à ordem mais elevada dos bispos (é o bispo-cardeal
com mais idade).
- Acomodação dos cardeais eleitores:
Os cardeais eleitores ficarão alojados no Vaticano, na Domus
Sanctae Marthae, a partir de 1º de março.
AUDIÊNCIAS
Não estão previstas após 28 de fevereiro aparições públicas de
Bento XVI. Ele permanecerá no Vaticano por motivos compreensíveis de caráter
logístico e organizativo.
Em 27 de fevereiro será a última Audiência Geral de Bento XVI. Em
27 de abril de 2005, por sua vez, foi realizada a primeira.
Em quase oito anos de pontificado, Bento XVI presidiu 348 Audiências
Gerais, das quais participaram 4.982.600 fiéis (dados até dezembro de 2012). A
maior participação foi em 2006, quando, das 45 audiências, participaram
1.031.500 fiéis. A seguir, os dados de cada ano: Em 2005, 32 Audiências Gerais,
810.000 fiéis. Em 2006, 45 Audiências Gerais, 1.031.500 fiéis. Em 2007, 44
Audiências Gerais, 729.100 fiéis. Em 2008 , 42 Audiências Gerais, 534.500
fiéis. Em 2009, 44 Audiências Gerais, 537.500 fiéis. Em 2010, 45 Audiências
Gerais, 493.000 fiéis. Em 2011, 45 Audiências Gerais, 400.000 fiéis. Em 2012,
43 Audiências Gerais, 447.000 fiéis. Em 2013, oito Audiências Gerais (sem
dados).
RÁDIO VATICANO
FOTO: ARQUIVO